Política de Biden para preservar Amazônia será um desafio para Bolsonaro

Portal Plantão Brasil
3/2/2021 14:37

Política de Biden para preservar Amazônia será um desafio para Bolsonaro

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446 visitas - Fonte: UOL

Recomendações que podem nortear políticas de Biden incluem combate ao desmatamento e ao crime ambiental por meio do comércio sustentável e da diplomacia. Presidente prometeu mobilizar US$ 20 bi para proteger a floresta. Entre as próximas decisões do governo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, está o caminho a ser seguido para cumprir uma de suas promessas de campanha que tem a ver com o Brasil: incentivar a conservação da Floresta Amazônica.







Uma lista de recomendações elaborada por sete ex-negociadores de reuniões do clima e membros de ex-governos republicanos e democratas já está nas mãos do novo governo americano. Chamado de Plano de Proteção da Amazônia, o documento está sob análise de congressistas e de John Kerry, ex-secretário de Estado no governo de Barack Obama nomeado por Biden para cuidar da política de mudanças climáticas.



O plano sugere como os Estados Unidos deveriam investir os 20 bilhões de dólares que Biden prometeu mobilizar para conservar a maior floresta tropical do mundo. A estratégia foi construída em cima de quatro pilares: financiamento público e privado; comércio sustentável; transparência das cadeias de suprimento; e diplomacia.







Embora demonstrem otimismo, os autores do plano consideram que podem encontrar resistência do lado brasileiro. Ainda durante a campanha eleitoral, quando Biden falou sobre a intenção de priorizar a Amazônia, Bolsonaro reagiu mal.



"Entendemos que Bolsonaro não amou imediatamente o plano de Biden. Por isso é preciso trabalhar com a sociedade brasileira, empresas, governadores e políticos que estejam interessados em fazer parcerias com os Estados Unidos", comenta, em entrevista à DW Brasil, Nigel Purvis, ex-negociador do clima do governo americano e que prestou assessoria para a elaboração do Plano de Proteção da Amazônia.







Perda da floresta para o crime



Quando outro país fala sobre a Amazônia, é comum Bolsonaro questionar o interesse internacional na região. A resposta do presidente costuma seguir uma linha única: trata-se de uma violação à soberania.



O interesse externo, porém, muitas vezes está ancorado na ciência. Para além do impacto regional, o desmatamento na Amazônia tem implicações globais. Modelos de simulação climática desenvolvidos por cientistas no Brasil e nos Estados Unidos, por exemplo, apontam que a destruição dessa floresta influencia o aumento da temperatura em regiões como a Califórnia, destaca Izabella Teixeira, ex-ministra do Meio Ambiente.







"O Brasil tem que parar com retrocessos e desmatamento da Amazônia. Isso é imperativo global. Estamos perdendo a floresta para o crime", comenta Teixeira. Nesse sentido, ela pontua a importância da colaboração regional. "Combater o crime ambiental na Amazônia é lidar com crime organizado, tráfico de drogas, ouro, armas, madeira."



Em 2020, o desmatamento na região atingiu o maior patamar em mais de uma década. Foram 11.088 km² de devastação, a maior taxa registrada desde 2008, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).







O enfrentamento ao crime ambiental é citado no plano entregue a Biden. Além de propor o apoio do governo dos EUA ao combate ao desmatamento e à compensação financeira de projetos que diminuam as taxas de devastação, a proposta abarca fortemente o setor privado.



Os 20 bilhões de dólares previstos, valor 20 vezes maior ao que os Estados Unidos prometeram para proteção de florestas no mundo todo durante a Conferência do Clima de 2009, viriam também de compromissos assumidos por empresas, esclarece Nigel Purvis.



"Existem empresas de diferentes setores interessadas. Nós vamos reunir essas intenções", detalha Purvis, citando companhias aéreas. "Além das companhias de tecnologia, como Microsoft, Apple, Google, que querem neutralizar suas emissões de carbono num prazo curto", adiciona.



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