Gabrielli aponta "Mitos e verdades" sobre Pasadena

Portal Plantão Brasil
20/4/2014 08:53

Gabrielli aponta "Mitos e verdades" sobre Pasadena

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1839 visitas - Fonte: Brasil 247

Ex-presidente da Petrobras diz que a compra da polêmica refinaria foi aprovada por ter sido "vantajosa"; entre os "mitos", ele aponta o preço da compra por US$ 42,5 milhões pela Astra e o erro da aquisição no exterior; "a verdade é que a Astra desembolsou US$ 360 milhões", diz ele; "a decisão atendia ao planejamento estratégico da companhia definido em 1999, no governo FHC, que previa investir em refino no exterior para lucrar com a venda de derivados de petróleo, sobretudo no mercado americano"; Gabrielli condena ainda o que chama de "circo de CPI eleitoral"; em entrevista, ele também afirmou que a presidente Dilma Rousseff "não pode fugir à sua responsabilidade" no caso



O ex-presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, decidiu partir para o ataque. Em artigo publicado neste domingo, na Folha de S. Paulo, afirmou que a compra de Pasadena foi aprovada de forma unânime pelo conselho por ter sido um bom negócio, à época, e tenta desconstruir o que chama de "mitos" sobre a operação. Ele condena ainda o que seria o "circo de uma CPI eleitoral".



Gabrielli também concedeu uma entrevista ao jornalista Ricardo Galhardo, do Estado de S. Paulo, em que afirmou que presidente Dilma não pode fugir à sua responsabilidade no caso. "Eu sou responsável. Eu era presidente da empresa. Não posso fugir da minha responsabilidade, do mesmo jeito que a presidente Dilma não pode fugir da responsabilidade dela, que era presidente do conselho. Nós somos responsáveis pelas nossas decisões. Mas é legítimo que ela tenha dúvidas."



Pasadena: mitos e verdades



A aquisição de Pasadena foi aprovada porque era vantajosa. Empresários do conselho que não pertenciam ao governo foram favoráveis



Pasadena foi um bom negócio? A resposta é sim para o momento da compra, mas não teria sido sob o cenário entre 2008 e 2012.



Nos últimos dois anos, as condi ções do mercado de petróleo, sobretudo nos Estados Unidos, voltaram a se inverter, com a crescente valorização dos ativos.



A refinaria está em operação todos esses anos e, devido à disponibilidade de petróleo leve e barato no Texas, como efeito do "shale gas" [gás de xisto], ela é lucrativa, ainda que a Petrobras não tenha realizado os investimentos para capacitá-la a processar petróleo pesado.



Irresponsavelmente, a oposição distorce fatos e dados sobre sua aquisição, criando uma narrativa que desinforma a população, prejudica a imagem da Petrobras e atenta na depreciação de seu valor de mercado.



Vamos aos mitos: o primeiro refere-se ao fato de que o antigo proprietário de Pasadena, o grupo Astra, pagou US$ 42,5 milhões pela refinaria e depois revendeu à Petrobras por US$ 1,25 bilhão.



A verdade é que a Astra desembolsou US$ 360 milhões antes de revender por US$ 554 milhões, sendo US$ 259 milhões pagos pela Petrobras em 2006, como afirmou a presidente da empresa, Graça Foster, e US$ 295 milhões posteriormente à disputa judicial, já em junho de 2012, mas considerando as condições de mercado de 2006. O crescimento da demanda de derivados nos EUA, sobretudo de 2004 a 2007, levou a um aumento progressivo no preço das refinarias, contudo, o valor de Pasadena foi inferior à média das transações em 2006.



Outro mito aponta para suposto equívoco do Conselho de Administração na compra de refinaria no exterior. O fato é que a decisão atendia ao planejamento estratégico da companhia definido em 1999, no governo FHC, que previa investir em refino no exterior para lucrar com a venda de derivados de petróleo, sobretudo no mercado americano.



Em 2004, o mercado brasileiro de consumo de combustíveis estava estável havia uma década, enquanto a demanda no exterior era crescente. A Petrobras seguiu estratégia recorrente: pagar mais barato por uma refinaria de óleo leve e adaptá-la para processar óleo pesado.



A aquisição de Pasadena foi aprovada pelo conselho porque era vantajosa e atendia ao planejamento estratégico. A decisão foi pautada em parecer financeiro do Citigroup, que, entre 2003 e 2012, atuou em 125 transações do setor. Empresários que participavam do conselho e não pertenciam ao governo foram favoráveis à compra.



O terceiro mito é que as cláusulas "put option" (opção de venda) e "marlim" (referente ao petróleo brasileiro) seriam as responsáveis por transformar um bom negócio no momento da compra em um mau negócio no cenário entre 2008 e 2012.



Neste período, o mundo mudou, nós descobrimos o pré-sal e o planejamento estratégico da Petrobras acompanhou as mudanças. O mercado de derivados nos EUA se alterou drasticamente. Foram as variações de margens de refino e os diferenciais de preço entre o petróleo leve e pesado que fizeram a lucratividade de Pasadena variar. Enquanto isso, no Brasil, a demanda por derivados se aqueceu, levando a companhia a investir em refino interno.



Quanto à cláusula "marlim", que garantiria a rentabilidade de 6,9% à sócia da Petrobras no caso de duplicação da capacidade de refino, ela é inócua. Como não houve o investimento, e essa é a razão da disputa judicial, ela não é válida. Isso foi reconhecido pela Justiça americana.



A oposição precisa aprender que assuntos técnicos requerem uma abordagem diferente do espetáculo de uma CPI em ano eleitoral. Perceberão, mais uma vez, que a Petrobras continua sendo uma das empresas mais produtivas do mundo.







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