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O PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil caiu 0,2% de janeiro a março em relação ao trimestre anterior, impactado pela tragédia em Brumadinho (MG) e por quedas da agropecuária e dos investimentos. Foi o primeiro resultado negativo trimestral desde o quarto trimestre de 2016 (-0,6%). Em relação ao primeiro trimestre de 2018, o PIB cresceu 0,5%.
Os dados, divulgados hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mostram a fraqueza da economia nos três primeiros meses de governo do presidente Jair Bolsonaro. No acumulado nos quatro trimestres terminados em março de 2019, houve alta de 0,9%. Em valores correntes, o PIB no primeiro trimestre deste ano totalizou R$ 1,714 trilhão.
Segundo o IBGE, o resultado negativo em relação ao trimestre anterior foi puxado, em grande parte, pelos recuos da indústria (-0,7%) e da agropecuária (-0,5%). Na indústria extrativa, a queda foi de 6,3%, impactada pelas paralisações na atividade de mineração após o rompimento de uma barragem da Vale em Brumadinho.
Queda da indústria afeta serviços
Além da queda na indústria extrativa, os recuos nas indústrias de transformação (-0,5%) e da construção (-2%) afetaram os serviços, que tiveram variação positiva de 0,2%. Dois grupos de atividades de peso nesse setor ficaram negativos: comércio (-0,1%) e transportes e armazenagem (-0,6%).
"Essas atividades dependem em grande parte da produção industrial e refletem sua performance no trimestre, que foi negativa para todas as categorias econômicas", disse a gerente do IBGE.
Outras atividades de serviços tiveram resultados positivos, como informação e comunicação (0,3%) e atividades financeiras (0,4%).
Agropecuária e investimentos caem
No setor de agropecuária (-0,5%), safras importantes no primeiro trimestre provocaram recuos na estimativa de produção anual, como soja (-4,4%) e arroz (-10,6%), enquanto o milho e a pecuária bovina tiveram resultados positivos.
A formação bruta de capital fixo, uma medida de investimentos, e as exportações tiveram recuos de 1,7% e 1,9%, respectivamente, no trimestre. Por outro lado, foram registrados resultados positivos no consumo das famílias (0,3%), no consumo do governo (0,4%) e nas importações (0,5%).
"O consumo das famílias foi o pilar que sustentou o indicador no período. Poderia estar melhor, mas ainda temos uma taxa de desocupação alta e uma inflação que, mesmo controlada, ainda está num patamar mais alto."
Claudia Dionísio, gerente de Contas Nacionais do IBGE
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