Recuperação do PIB americano pode não ser a virada para Trump

Portal Plantão Brasil
29/10/2020 18:56

Recuperação do PIB americano pode não ser a virada para Trump

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485 visitas - Fonte: O Globo

WASHINGTON — A recuperação da economia americana — com um crescimento de 33,1% no terceiro trimestre, na taxa anualizada, a maior velocidade já registrada desde a Segunda Guerra Mundial — é música para os ouvidos de Donald Trump. Mas talvez seja cedo demais para comemorar.







A campanha do candidato à reeleição prontamente afirmou após a divulgação dos resultados que os números mostram que a economia volta aos trilhos após o lockdown imposto pela pandemia. O indicador é o último dado econômico a ser divulgado antes da eleição em 3 de novembro.



Mas essa narrativa de recuperação encontra pouco respaldo nos números que vão além da miragem do crescimento de 33,1% entre julho e setembro. Para o eleitor, a retomada da economia ainda não chegou ao cotidiano. Para o americano médio, bem-estar é emprego, algo que ainda está longe do período pré-Covid.



De acordo com dados do Departamento de Trabalho, 23 milhões de americanos recebem algum tipo de benefício voltado para os desempregados.







Dois programas atendem 13,5 milhões de pessoas. Um deles prorroga por 13 semanas a ajuda após o fim do período do seguro-desemprego e outro oferece auxílio a trabalhadores de meio período ou freelancers, que não se qualificam para ter acesso ao benefício trabalhista.



E até mesmo estas medidas estão em risco, pois dependem do Congresso para que sejam prorrogadas após dezembro.



Milhões de profissionais que perderam o emprego no início da pandemia ainda não conseguiram voltar ao trabalho em uma crise que foi particularmente difícil para os pequenos negócios.



Economistas temem que o desemprego na pandemia se torne desemprego de longo prazo.







Na última semana, 732 mil trabalhadores entraram com pedido de seguro-desemprego. O número representa uma melhora em relação ao período anterior, mas ainda está longe de significar tranquilidade. Muitas grandes companhias preparam novas rodadas de demissões e fechamento de vagas até o fim do ano.



Considerando o ritmo de criação de postos de trabalho nos EUA em setembro, o país levaria mais 16 meses para recuperar todos os empregos perdidos durante a pandemia.



Os estímulos criados para ajudar os americanos começam a secar e nem mesmo uma crise sem precedentes parece capaz de fazer com que democratas e republicanos consigam superar divergências em prol do bem-estar dos americanos.







O cenário para o quarto trimestre por enquanto é uma combinação de ajuda mais escassa com aumento dos casos de Covid-19, o que pode representar uma economia com fôlego mais curto.



Em uma economia fortemente dependente do consumo, os americanos, assim como os brasileiros, redescobriram a necessidade do "conforto do lar" durante a pandemia.



Gastaram mais em automóveis e bens duráveis no terceiro trimestre para se adaptar a um estilo de vida muito mais caseiro do que antes.



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Mas os gastos com serviços, como restaurantes, academias e férias, embora tenham crescido entre julho e setembro, ainda estão bem abaixo do período antes da Covid-19.







Com o novo avanço do vírus, estes setores, marcados também pela presença de pequenos negócios, que poderiam criar vagas e absorver parte da mão de obra disponível, encolhem.



O mercado de ações, que caiu 6% na semana, já antecipa o risco de queda na demanda diante de um possível aumento de casos, acompanhado de medidas restritivas.



Mais do que um sinal de retomada forte da atividade, o resultado doterceiro trimestre é na avaliação de especialistas um retrato do tamanho do tombo que a economia sofreu entre abril e junho.



Mesmo com a maior recuperação já registrada, o país ainda opera em patamar inferior ao de antes da pandemia. Por ora, a maior recuperação da história ainda é mais discurso de campanha do que um dado de realidade para famílias e empresas americanas.



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