494 visitas - Fonte: Plantão Brasil
Chegamos ao futuro de um mundo ambientalmente e climaticamente catastrófico mais cedo do que imaginávamos. Não foi por falta de aviso, mas porque as vozes da ciência, que alertavam governantes surdos e indiferentes ao esgotamento do modelo econômico capitalista, foram ignoradas. Esse modelo é incompatível não só com a democracia, mas também com a sobrevivência humana e da natureza.
A era do colapso climático está aqui para ficar. É uma realidade que atinge todo o planeta Terra. O Brasil não está imune a isso, como bem prova o Rio Grande do Sul, onde 447 das suas 497 cidades foram afetadas em diferentes níveis de gravidade, especialmente a capital Porto Alegre e municípios vizinhos.
Essa era carrega consigo uma série de efeitos danosos, como a emergência de refugiados climáticos – pessoas que são forçadas a abandonar seus territórios devido a tragédias climáticas que comprometem seriamente ou tornam impossível a vida no lugar. O Rio Grande do Sul agora faz parte do mapa de refugiados climáticos, em grande parte devido à negligência e incompetência de governantes como o governador do Estado e o prefeito de Porto Alegre, que têm significativas responsabilidades administrativas, cíveis e criminais pelas destruições e perdas humanas e materiais.
Eldorado do Sul, por exemplo, cidade da Região Metropolitana de Porto Alegre, foi totalmente inundada, e 100% da população foi obrigada a abandonar seu território. Esse êxodo forçado também foi imposto a parcelas das populações de inúmeras cidades gaúchas, cujas áreas foram prejudicadas pelas cheias de rios e inundações.
Em alguns casos, os residentes serão obrigados a abandonar definitivamente o local onde vivem. Muitas dessas pessoas já perderam tudo pela terceira vez em menos de três anos devido aos eventos climáticos severos que se sucederam com níveis crescentes de gravidade. O modelo econômico atrasado, baseado na devastação ambiental para a exploração agro-exportadora inescrupulosa, é uma causa direta da produção de refugiados climáticos. Esse modelo concentra renda, riqueza e propriedade nas mãos de poucos e causa consequências desastrosas para os outros 99% da população.
A historiadora e doutora em ciências sociais Maria da Glória Lopes Kopp destaca em artigo que "não por coincidência, o mapa da enchente é o mesmo da região originária das matas de araucária" nativas no Rio Grande do Sul. O futuro chegou, trazendo consigo todas as piores mazelas que integram a paisagem das catástrofes ambientais. É preciso mudar o modelo econômico e adaptar as condições de vida a essa nova realidade.
Com informações do Brasil 247
Plantão Brasil foi criado e idealizado por THIAGO DOS REIS. Apoie-nos (e contacte-nos) via PIX: apoie@plantaobrasil.net
Follow @ThiagoResiste
APOIE O PLANTÃO BRASIL - Clique aqui!
Se você quer ajudar na luta contra Bolsonaro e a direita fascista, inscreva-se no canal do Plantão Brasil no YouTube.