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Brasil e China assinaram um acordo nesta segunda-feira (7), em Brasília, para iniciar os estudos conjuntos sobre a criação de um corredor ferroviário ligando os oceanos Atlântico e Pacífico. A parceria une a estatal Infra S.A., vinculada ao Ministério dos Transportes, e o China Railway Economic and Planning Research Institute. A proposta é conectar as ferrovias brasileiras – como a Integração Oeste-Leste (Fiol), a Centro-Oeste (Fico) e a Ferrovia Norte-Sul (FNS) – ao recém-inaugurado porto de Chancay, no Peru, construído com investimento chinês.
O trecho brasileiro do projeto já está em execução. A Fiol liga Ilhéus, na Bahia, a Mara Rosa, em Goiás, de onde parte a Fico em direção a Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso. Nesse ponto será interligada a Ferrovia Norte-Sul, que se estende do Maranhão ao interior de São Paulo. A partir de Lucas do Rio Verde, será traçado o novo trecho da chamada Ferrovia Bioceânica, que atravessará Rondônia, o sul do Acre e seguirá até a fronteira com o Peru, chegando ao porto de Chancay, localizado a apenas 70 quilômetros de Lima.
A ferrovia está inserida no projeto Rotas de Integração Sul-Americana, coordenado pelo Ministério do Planejamento e lançado em 2023. A iniciativa visa integrar modais rodoviários, ferroviários, fluviais, portuários e aeroportuários em áreas de fronteira com países vizinhos. No caso da Bioceânica, a proposta já conta com rodovias integradas tanto no Brasil (BR-364 e BR-317) quanto no Peru, por meio da estrada Irsa Sur, possibilitando a conexão completa até Chancay.
O desenho do projeto é fruto de articulação entre o Ministério do Planejamento, a Casa Civil e o Ministério dos Transportes, além de consultas com autoridades peruanas, incluindo o Congresso do país. A proposta foi um dos quatro compromissos estratégicos firmados entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Xi Jinping, na assinatura do acordo bilateral em novembro de 2024. Os outros três eixos do pacto incluem o Novo PAC, a Nova Indústria Brasil e o Plano de Transformação Ecológica.
A assinatura do memorando coincidiu com o encerramento da Reunião de Líderes do Brics, realizada no Rio de Janeiro. Na declaração conjunta, o grupo reforçou o compromisso com o desenvolvimento de infraestrutura sustentável e resiliente, como forma de impulsionar o crescimento econômico e a conectividade entre os países em desenvolvimento, respeitando a soberania e a integridade territorial dos membros.
Com informações da Agência Brasil
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