O economista Elias Jabbour e o empresário Marcelo de Carvalho, vice-presidente da RedeTV! e aliado do bolsonarismo, trocaram farpas nas redes sociais após Jabbour defender o óbvio: é a demanda que gera empregos, e não a “boa vontade” de empresários. Em resposta, Marcelo recorreu a ofensas pessoais e desprezou a análise do economista, chamando-a de “burra”, “anacrônica” e “motivada por inveja”.
Jabbour rebateu lembrando que a concentração de riqueza nas mãos de poucos se sustenta na exploração da maioria. Segundo ele, sem consumidores e sem renda circulando, não há emprego nem empresa que resista. A resposta agressiva de Marcelo, exaltando bilionários como se fossem salvadores da pátria, expõe uma visão elitista e desconectada da realidade brasileira.
— Elias Jabbour ???? ???? ???? (@eliasjabbour) July 8, 2025
Mas o caso vai além do debate ideológico. A RedeTV!, comandada por Marcelo, acumula uma dívida de R$ 10,5 milhões em FGTS e outros R$ 28,8 milhões em tributos inscritos na Dívida Ativa da União. Mesmo assim, a emissora segue recebendo R$ 25 milhões por ano da Caixa Econômica Federal para exibir os sorteios das loterias federais — um contrato que, em tese, exigiria certidões negativas, que a emissora não possui.
Segundo sindicatos de jornalistas e radialistas, a empresa só voltou a depositar o FGTS em junho de 2025, após 11 meses de calote, e a dívida permanece. A irregularidade impede que trabalhadores tenham acesso a seus direitos básicos, como o uso do fundo para tratamentos médicos e compra de imóveis. Casos de funcionários com câncer sendo impedidos de sacar o FGTS foram denunciados.
A hipocrisia é evidente: enquanto ataca trabalhadores e intelectuais, Marcelo de Carvalho se sustenta com dinheiro público, mesmo devendo milhões à Previdência e aos funcionários. Uma postura que representa bem o moralismo seletivo da elite que apoiou o desmonte do Brasil nos anos de Bolsonaro.
Com informações do DCM
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