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A Ferrovia de Mato Grosso (FMT), descrita pela ANATC (Associação Nacional das Empresas de Transporte de Cargas) como "o maior empreendimento ferroviário atualmente em construção no Brasil", atingiu 73% de conclusão das obras em novembro e prevê ter 211 km de malhas em operação até 2026.
O projeto total da FMT soma um investimento atual de cerca de R$ 5 bilhões, com o custo total estimado em R$ 15 bilhões ao final de todas as etapas previstas. O financiamento é majoritariamente privado, com o apoio institucional do Fundo de Desenvolvimento do Centro-Oeste (FDCO), que destinou R$ 467,2 milhões à construção de partes do trecho ferroviário via SUDERCO. A ferrovia, que terá um total de 743 quilômetros de trilhos, foi formalizada em 2021 com a aprovação da proposta feita pela Rumo S.A., a maior operadora de ferrovias do Brasil e especialista no transporte de commodities agrícolas. As obras tiveram início em 2022 e estão divididas em três etapas.
O principal objetivo da FMT é o escoamento da produção de grãos do Mato Grosso, que alcançou 111,9 milhões de toneladas na safra 2024-2025. O Mato Grosso é o maior produtor de grãos do Brasil, responsável por até 31,5% da produção nacional total, sendo líder na produção de milho (24,9% do total nacional) e soja (27,2% do total nacional). Estima-se que mais de 60% da soja e metade do milho produzidos no estado são destinados à exportação, servindo, em grande parte, para a produção de ração animal em escala global, com a área destinada ao cultivo de grãos no estado chegando a cerca de 22,3 milhões de hectares na safra 2024/2025.
A etapa inicial, com 211 quilômetros, ligará o município de Rondonópolis – o maior polo de esmagamento, refino e envase de óleo de soja do Brasil – a um terminal de escoamento em construção entre Dom Aquino e Campo Verde. O terminal de transbordo desta primeira fase, chamado Terminal BR-070, está projetado para escoar até 10 milhões de toneladas por ano.
A FMT deve reduzir drasticamente a dependência do transporte rodoviário, que hoje exige que os grãos percorram cerca de 500 km até o terminal de embarque mais próximo. A ferrovia tem o potencial de levar a uma redução de até 50% no custo do frete em comparação com o transporte rodoviário.
A primeira fase da construção mobilizou cerca de cinco mil postos de trabalho, o equivalente a aproximadamente 60% de todas as vagas abertas em obras de infraestrutura no Mato Grosso. As fases seguintes do projeto preveem a expansão da ferrovia até regiões de forte expansão agrícola, como Lucas do Rio Verde e Nova Mutum, e incluem um ramal até Cuiabá.
Com informações da Fórum
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