713 visitas - Fonte: Plantão Brasil
A tentativa desesperada da família Bolsonaro de aparelhar o Senado Federal ganhou novos capítulos de confusão e oportunismo. Mesmo com o anúncio da pré-candidatura de Flávio Bolsonaro à Presidência — vista por muitos como uma estratégia de fachada —, o "filho 02", Carlos Bolsonaro, decidiu manter sua transferência para Santa Catarina. Para analistas do centrão, esse movimento é uma confissão de fraqueza: ao não ocupar a vaga aberta no Rio de Janeiro, o clã sinaliza que a aventura presidencial de Flávio pode ser retirada em breve para dar lugar a Tarcísio de Freitas.
A manobra de levar Carlos para o Sul faz parte de um plano autoritário de Jair Bolsonaro para lotar o Senado de lacaios familiares. O objetivo é claro: criar uma tropa de choque capaz de emparedar o Supremo Tribunal Federal e reverter as condenações do ex-presidente por seus ataques golpistas. Carlos, que renunciou ao mandato de vereador no Rio de Janeiro sob o pretexto de uma "missão maior", tenta agora se apropriar de um estado onde o bolsonarismo ainda encontra eco, fugindo da saturação política e das disputas internas no território fluminense.
A chegada do "pitbull" em solo catarinense, contudo, não foi recebida com flores por toda a direita. A imposição da candidatura de Carlos gerou um racha profundo no PL local, atropelando nomes como a deputada Caroline De Toni. O governador Jorginho Mello agora se vê em uma saia justa, sendo obrigado a rifar aliados históricos para abrir espaço ao herdeiro do clã. O clima é de revolta entre os parlamentares que trabalharam a base nos últimos anos e agora são preteridos por um projeto puramente dinástico e de blindagem judicial.
No Rio de Janeiro, a situação é de absoluto congestionamento, o que teria motivado a "fuga" estratégica de Carlos. Com figuras como Cláudio Castro e Hélio Lopes de olho no Senado, o filho do ex-presidente preferiu o caminho mais fácil em um reduto onde o pai teve votação expressiva. Flávio Bolsonaro tentou minimizar o desgaste afirmando que o irmão "ama" Santa Catarina, uma narrativa que soa falsa diante da clara necessidade da família de se espalhar geograficamente para manter a relevância política e o foro privilegiado.
Enquanto a família se digladia por vagas e influência, o projeto nacional de Flávio Bolsonaro perde fôlego antes mesmo de começar. O centrão já interpreta a insistência de Carlos em Santa Catarina como a prova final de que Flávio não tem viabilidade eleitoral contra o presidente Lula. A direita pragmática começa a olhar para São Paulo, vendo em Tarcísio de Freitas um nome com mais estofo e menos bagagem judicial do que a prole de Jair, que parece mais preocupada em salvar a própria pele do que em apresentar um projeto de país.
O desfecho dessa ocupação familiar em Santa Catarina pode custar caro à união da oposição. Ao tratar o estado como um puxadinho de sua residência, os Bolsonaro ignoram lideranças regionais e alimentam ameaças de rompimento de federações importantes. O que se vê é um clã acuado pela justiça, tentando usar o sistema eleitoral como escudo protetor, enquanto o governo Lula segue focado na reconstrução do Brasil, longe das tramas familiares e das fake news que marcaram o período mais sombrio da nossa história recente.
Com informações do DCM
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