Instrutor de Adriano diz que ex-PM não se renderia e cogita ocasião extrema

Portal Plantão Brasil
1/3/2020 08:23

Instrutor de Adriano diz que ex-PM não se renderia e cogita ocasião extrema

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O ex-policial militar Adriano Magalhães da Nóbrega era um criminoso dotado de um conhecimento sem igual das técnicas policiais de tiro e não se renderia às autoridades. A análise é de Paulo Storani, antropólogo e capitão veterano do Bope (Batalhão de Operações Especiais) da Polícia Militar do Rio de Janeiro.



Ele acompanhou o desempenho do ex-PM em um curso de tiro sob estresse do Bope, durante cerca de uma semana.







O miliciano, apontado pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio) como chefe do Escritório do Crime, foi morto em 9 de fevereiro, em um sítio na zona rural da cidade de Esplanada, no interior da Bahia.



"Adriano não iria se entregar. Ele iria combater até o final. É a minha opinião", afirmou Storani, que lembra da técnica impecável do então aluno do Bope.







"Ele foi o primeiro da classe. Desenvolvi uma metodologia de índice de avaliação dos alunos e o desempenho dele foi excepcional. Quando alguém assim se desvirtua para o mal, ele se torna pior e mais perigoso do que qualquer bandido comum."

Paulo Storani, capitão veterano do Bope/PM-RJ



A família e o advogado de Adriano afirmaram publicamente que sua morte foi resultado de uma "operação de queima de arquivo". Um perito contratado pela família concluiu que os tiros foram disparados à queima-roupa (curta distância).



O governador da Bahia, Rui Costa, e autoridades de segurança pública do estado rechaçaram a acusação.







A hipótese de assassinato também foi defendida pelo presidente Jair Bolsonaro e seu filho Flávio Bolsonaro — quando era deputado estadual no Rio, o atual senador nomeou a ex-mulher e a mãe do ex-PM como funcionárias de seu gabinete. Para Storani, o miliciano dificilmente falaria algo mesmo capturado.



"Criminosos do nível de Adriano não abrem a boca. Ele nunca falaria tudo o que sabe. Pessoas como ele têm familiares no Rio de Janeiro que sofreriam as consequências de uma delação. Veja o caso do também ex-Bope, Ronnie Lessa, acusado de matar Marielle Franco e Anderson Gomes, ou do José Dirceu, na Lava Jato. Não vai falar nada."

Paulo Storani, capitão veterano do Bope/PM-RJ



Com a ressalva de que não tem posse de todas as informações do procedimento dos policiais militares baianos, Storani opina que ação foi realizada dentro dos padrões da legalidade, mas ressalta a necessidade de uma análise definitiva.



Segundo o mestre de tiro da PM-RJ, em uma operação como a que matou o ex-capítão Adriano, o ideal é surpreender o alvo e capturá-lo antes de qualquer reação. Quando isso não é possível, estabelece-se um cerco. Se não houver reféns, a abordagem deve ser feita de forma mais rápida possível.



"Coloque-se no lugar de um PM da Bahia que participou da operação. Ele sabe que vai tentar prender alguém muito perigoso, altamente treinado. É uma situação extremamente estressante. Qualquer indicação de resistência pode resultar numa reação dos policiais."







Foi aberto um inquérito policial na Bahia para apurar as circunstâncias da morte de Adriano. Depois de idas e vindas, e submetido a pelo menos dois exames cadavéricos adicionais, o corpo do miliciano foi enterrado no Rio, no último dia 21.



"Pessoas como Adriano, que são expulsas das forças de segurança, precisam ser monitoradas a partir do momento de seu expurgo, mesmo que elas não estejam presas. Pois elas se tornarão um problema, mais cedo ou mais tarde", afirma Storani.



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