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O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou nesta quarta-feira (13) que a retirada do embaixador venezuelano no Brasil, Manuel Vadell, não é definitiva e se trata de um procedimento diplomático comum. “Ele foi chamado para consultas, algo que ocorre por um período. Não há indicação de que sua saída seja permanente”, esclareceu Vieira durante audiência na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara.
O embaixador foi convocado após o governo venezuelano reagir a declarações de Celso Amorim, assessor especial da Presidência, que apontaram falhas na eleição presidencial venezuelana de julho. Vieira reforçou que o Brasil defende o diálogo como caminho para resolver a crise política na Venezuela. “A solução precisa ser construída pelos próprios venezuelanos, sem imposições externas, sanções ou isolamentos, que já se provaram ineficazes”, declarou o chanceler.
Vieira também criticou o isolamento diplomático promovido pelo governo anterior, que, segundo ele, “apoiou apenas um lado, negligenciando o diálogo”. Ele destacou o papel do Brasil nos Acordos de Barbados e na observação do processo eleitoral, evidenciando o compromisso do atual governo com a diplomacia ativa e multilateral.
Durante a audiência, o chanceler também abordou o conflito entre Israel e o Hamas. Vieira criticou a resposta israelense como desproporcional e lamentou os impactos devastadores em Gaza. “O que começou como um ataque terrorista contra civis israelenses tornou-se uma punição coletiva ao povo palestino, com indícios plausíveis de genocídio, segundo decisão preliminar da Corte Internacional de Justiça”, afirmou.
Vieira destacou o agravamento da situação em Gaza, onde mais de 42 mil pessoas já foram mortas, 70% delas mulheres e crianças. Ele também mencionou a destruição de 66% dos edifícios da região, a fome que atinge 96% da população e os ataques que se expandiram para o Líbano, onde a maior comunidade brasileira no Oriente Médio vive. “O Brasil sempre alertou sobre o risco de alastramento regional, e infelizmente o prognóstico se confirmou”, disse.
O chanceler concluiu reafirmando o compromisso do Brasil com soluções pacíficas e o respeito aos direitos humanos, tanto nas questões envolvendo a Venezuela quanto no Oriente Médio, reforçando o papel do país como mediador em crises internacionais.
Com informações do Brasil 247
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