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A bancada do PDT na Câmara dos Deputados anunciou que deixará a base aliada do presidente Lula, após a saída do ex-ministro da Previdência, Carlos Lupi, em meio ao escândalo dos descontos ilegais em aposentadorias. Embora Lula tenha nomeado Wolney Queiroz, também do PDT, para ocupar o cargo, o gesto não foi suficiente para acalmar a sigla.
O líder pedetista na Câmara, deputado Mário Heringer (MG), afirmou que a decisão de se tornarem independentes foi unânime. Segundo ele, faltou reciprocidade por parte do governo para proteger Lupi, o que agravou um relacionamento já desgastado. “O governo nos deixou fritando”, declarou, revelando o descontentamento da legenda.
Setores ligados a Ciro Gomes, que controlam parte do partido, pressionaram pelo rompimento total com o governo. A estratégia é vista como parte da tentativa de reposicionar Ciro para uma nova candidatura presidencial em 2026, desta vez buscando se afastar da esquerda representada por Lula.
Ao comentar o tema, Heringer admitiu que o nome de Ciro pode ser o “caminho alternativo” a Lula. Ele afirmou que o partido busca escapar da polarização entre Lula e a extrema-direita e quer se apresentar como opção de “centro-esquerda”, embora historicamente Ciro e seu grupo tenham se alinhado com o discurso antipetista.
A ruptura formal com a base governista pode enfraquecer o PDT no Congresso e isolar ainda mais o grupo ligado a Ciro, que nos últimos anos perdeu espaço político e eleitoral. Apesar disso, o partido segue tentando se manter relevante à custa do desgaste promovido por setores que insistem em rivalizar com o projeto progressista de reconstrução nacional liderado por Lula.
O movimento pedetista, mais simbólico do que prático, revela um esforço de sobrevivência política interna, mesmo que isso signifique romper com um governo democrático e popular, preferindo se alinhar à velha retórica personalista de Ciro Gomes.
Com informações do Brasil 247
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