7/5/2025 08:02

Polícia desmonta esquema milionário ligado ao grupo Legendários e apreende 150 kg de cocaína

1055 visitas - Fonte: Plantão Brasil

Renan Silva Nascimento, de 34 anos, foi preso nesta terça-feira (6) em uma operação da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul que desmontou um esquema de tráfico interestadual de drogas. Dono de uma hamburgueria em Dourados, ele usava o estabelecimento como fachada para esconder 150 quilos de pasta-base de cocaína trazida da fronteira com o Paraguai, num crime que gerou um prejuízo estimado em mais de R$ 6 milhões ao narcotráfico.

O que chama atenção, além da gravidade do crime, é que Renan é participante ativo do movimento cristão Legendários, que se apresenta como “retiro espiritual para transformação pessoal”, mas que já teve entre seus frequentadores nomes como Neymar pai, o bolsonarista Thiago Nigro, conhecido como “Primo Rico”, e o influenciador Eliezer. A proximidade de certos grupos religiosos e da extrema direita com escândalos de corrupção e tráfico tem se tornado recorrente.

A investigação, conduzida pelo Setor de Investigações Gerais (SIG) da Delegacia de Dourados, vinha monitorando o local há duas semanas. Durante a abordagem, os agentes descobriram caixas supostamente usadas para armazenar alimentos da hamburgueria, mas que, na verdade, escondiam a droga misturada a produtos cárneos. Também foram presos Anderson Moreira da Rosa, de 37 anos, e Maurício Martins da Paixão, de 47 anos, responsáveis pelo transporte da carga.

Na véspera da operação, Renan publicou vídeos nas redes sociais anunciando que a hamburgueria estaria fechada para reforma e só reabriria no dia 7 de maio. Ele também se apresentava como “Legendário 49075”, em referência ao movimento que busca “reconectar homens com seus propósitos espirituais”, mas que agora aparece ligado a um caso grave de crime organizado.

A Polícia Civil informou que as investigações continuam e podem alcançar outros envolvidos, inclusive empresas suspeitas de colaborar no transporte e na guarda das drogas. A estratégia dos criminosos de associar os entorpecentes a alimentos é uma tática comum para dificultar a detecção pelas autoridades.

A prisão de Renan levanta um novo alerta sobre a instrumentalização de movimentos religiosos por setores que, ao invés de promover espiritualidade e ética, escondem interesses escusos e cumplicidade com redes criminosas.
Com informações do DCM

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