7/5/2025 16:45

Bolsonaro foi avisado sobre roubalheira no INSS pela CGU e pelo Procon e acobertou

1881 visitas - Fonte: Plantão Brasil

Logo no início do governo Bolsonaro, em 2019, um alerta oficial chegou ao Palácio do Planalto sobre um esquema bilionário de fraudes em aposentadorias, com descontos ilegais feitos sem autorização de beneficiários. O ofício foi enviado pelo Procon-SP, que já havia identificado 16 mil reclamações, pedindo medidas urgentes contra entidades suspeitas de agir em parceria com o INSS. Bolsonaro, no entanto, ignorou completamente os avisos. Agora, ele e seus aliados tentam culpar o presidente Lula por um problema antigo, que o próprio ex-capitão se recusou a enfrentar quando tinha poder para isso.

As denúncias sobre os descontos indevidos remontam a antes da posse de Bolsonaro, com crescimento explosivo de 233% entre 2017 e 2019. A Polícia Federal apura, por meio da Operação Sem Desconto, que desde 2019 as associações envolvidas no golpe já faturaram R$ 6,3 bilhões. O silêncio cúmplice do então presidente abriu espaço para a continuidade das fraudes que atingiram aposentados em todo o Brasil.

Em resposta ao escândalo, a Fundação Procon-SP exigiu a suspensão das autorizações dadas às entidades suspeitas e a revisão dos convênios com o INSS. A ordem era clara: proteger consumidores e estancar a sangria financeira. Mas o governo Bolsonaro não tomou qualquer atitude, demonstrando descaso com os aposentados e conivência com um sistema fraudulento já escancarado por órgãos de controle.

A escalada nas arrecadações dessas associações foi outro alerta ignorado. Entre 2017 e 2018, os repasses saltaram de R$ 41,2 milhões para R$ 194,9 milhões. Já em 2019, sob Bolsonaro, chegaram a R$ 173,2 milhões. A explosão nos valores deveria ter motivado investigações imediatas — mas novamente, o ex-presidente optou por não agir.

Além do Procon, a CGU e a Procuradoria do Paraná também denunciaram as falhas do INSS na fiscalização dos Acordos de Cooperação Técnica (ACTs). A CGU revelou que o INSS não tinha estrutura para fiscalizar os convênios e que o aumento repentino nos descontos, acompanhado por muitos cancelamentos, apontava para um esquema fraudulento. Ainda assim, nenhuma providência foi tomada por Bolsonaro.

A tentativa bolsonarista de jogar no colo do presidente Lula a responsabilidade por um escândalo gestado, ignorado e aprofundado na gestão passada é mais uma prova do desespero da extrema direita em fugir das próprias culpas. Lula, diferentemente de seu antecessor, está tomando medidas para apurar, punir e reparar os danos.
Com informações da Fórum

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