12/5/2025 15:34

José Dirceu era o "Juca" em plano de assassinato de militares golpistas

918 visitas - Fonte: Plantão Brasil

O plano golpista denominado "Punhal Verde Amarelo", elaborado por militares aliados ao ex-presidente Jair Bolsonaro em 2022, tinha como alvo o ex-ministro José Dirceu (PT), identificado pelo codinome "Juca". Além de Dirceu, o plano previa o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ("Jeca"), do vice-presidente Geraldo Alckmin ("Joca") e do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, que não recebeu codinome.

O general da reserva Mario Fernandes, autor do plano, justificava a eliminação de Dirceu como forma de desarticular os planos da esquerda mais radical, considerando-o uma eminência parda do governo Lula. Apesar de Dirceu não ocupar cargo no atual governo, os golpistas acreditavam que sua neutralização não causaria grande comoção nacional.

O plano detalhava métodos distintos para cada alvo. Para Lula, sugeria-se envenenamento visando provocar um colapso orgânico, explorando suposta vulnerabilidade de saúde. A eliminação de Alckmin seria suficiente para invalidar a chapa eleita. Moraes era considerado o principal obstáculo, sendo alvo de monitoramento clandestino e planos de assassinato.


A Procuradoria-Geral da República (PGR) sustenta que Bolsonaro teve conhecimento do plano e anuiu à proposta. Um dos indícios é que Mario Fernandes imprimiu o documento apenas 40 minutos antes de visitar o Palácio da Alvorada em 9 de novembro de 2022. No entanto, o relatório final da Polícia Federal não registra manifestações do ex-presidente em apoio ou rejeição à proposta.

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal acolheu a denúncia da PGR e transformou Mario Fernandes e outros cinco investigados em réus por tentativa de golpe de Estado. A trama, que incluía o assassinato de autoridades e a ruptura da ordem democrática, segue agora em fase de instrução penal.

A revelação da inclusão de Dirceu na lista de alvos reforça a gravidade das intenções de setores militares que atuaram para sabotar a transição democrática no fim do governo Bolsonaro.

Com informações da Folha de São Paulo

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