Golpistas sabiam que devassa no celular era inevitável e pediam para apagar provas

Portal Plantão Brasil
13/5/2025 12:18

Golpistas sabiam que devassa no celular era inevitável e pediam para apagar provas

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Novas revelações sobre o conteúdo do celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, aprofundam as provas do envolvimento direto do entorno bolsonarista na tentativa de golpe de Estado. O material, obtido pela Polícia Federal em maio de 2023, soma 77 GB com 158 mil mensagens, parte das quais ainda inéditas. As conversas incluem pedidos reiterados para que as mensagens fossem apagadas, indicando preocupação com a iminente ação das autoridades.

Um dos trechos mais comprometedores é de 3 de janeiro de 2023, quando o coronel Bernardo Corrêa Netto, já denunciado pela PGR, mandou apagar todo o conteúdo do celular. “Zera. Apaga tudo agora!”, escreveu. Dias antes, ele já havia compartilhado com Cid o rascunho de uma carta golpista. Cid também trocava mensagens com o tenente-coronel Sérgio Cavaliere, lamentando o fracasso do decreto do Estado de Defesa e comentando, com nostalgia do golpe de 64, que “naquela época não precisou assinar nada”.

Ao todo, entre outubro de 2022 e maio de 2023, Cid deletou ou recebeu deletadas 344 mensagens. Os interlocutores mais frequentes nessas conversas apagadas foram o ex-secretário de Comunicação Fabio Wajngarten e o próprio Jair Bolsonaro. Para conversas mais sigilosas, pelo menos 13 vezes os envolvidos migraram para o Signal, aplicativo conhecido por sua criptografia, inclusive entre aliados de Donald Trump. Entre os que sugeriram essa mudança estão Braga Netto, Corrêa Netto e o suplente Aparecido Portela.

As mensagens também revelam o fanatismo cego de Cid por Bolsonaro. Mesmo diante do caos na pandemia e da negligência com vacinas, o tenente-coronel jamais criticava o chefe. Quando o influenciador Paulo Figueiredo o chamou de “bom e fraco”, Cid atribuiu as falhas do ex-presidente a uma suposta “falta de experiência”, revelando o grau de submissão que permeava os bastidores do bolsonarismo.

A lealdade, porém, ruiu após a prisão de Cid em 3 de maio. Sentindo-se traído por Bolsonaro, que tentou isolá-lo nas denúncias sobre a venda ilegal de joias, o militar decidiu colaborar com a Justiça. Em setembro de 2023, após a homologação de sua delação pelo ministro Alexandre de Moraes, foi libertado com medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica e recolhimento noturno.

As revelações do conteúdo do celular de Mauro Cid escancaram a trama criminosa que ameaçou a democracia brasileira. Mostram não só o envolvimento direto de altos oficiais e auxiliares de Bolsonaro, mas também o pânico diante do cerco da Justiça e o grau de organização da tentativa golpista.
Com informações do DCM

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