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Depois de anos de queda, a presença feminina no empreendedorismo brasileiro volta a crescer com força. Segundo o relatório GEM 2024, divulgado pelo Sebrae em parceria com a Anegepe, a participação das mulheres entre os chamados empreendedores iniciais — negócios com até 3,5 anos de atividade — saltou de 40,2% em 2023 para 46,8% em 2024. Esse avanço expressivo ocorre após perdas acumuladas desde 2019, especialmente por conta da pandemia.
Além da recuperação nos novos empreendimentos, também houve crescimento entre as empresas já consolidadas, com destaque para aquelas comandadas por mulheres entre 45 e 54 anos. Esse dado revela, segundo especialistas, como o machismo estrutural e a sobrecarga doméstica ainda postergam o protagonismo feminino nos negócios.
Margarete Coelho, diretora do Sebrae, alerta que, embora o avanço seja significativo, as desigualdades persistem. As mulheres continuam enfrentando juros mais altos — cerca de quatro pontos percentuais acima dos aplicados a empresas lideradas por homens —, além de barreiras culturais que dificultam o crescimento de seus negócios.
Para enfrentar esses obstáculos, o Sebrae lançou a Caravana Sebrae Delas, em parceria com o governo federal. A iniciativa oferece garantias de até 100% nas operações de crédito para empreendedoras, utilizando o Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (Fampe). O objetivo é ampliar o acesso ao crédito e promover inclusão financeira para mulheres.
A predominância de empreendedoras mais maduras também reflete o peso desigual da divisão de tarefas no Brasil: muitas só conseguem abrir seus negócios após os filhos crescerem. A estrutura machista ainda restringe a autonomia feminina e impõe barreiras que políticas públicas precisam combater com urgência.
A pesquisa GEM, principal levantamento internacional sobre empreendedorismo, é aplicada desde 1999 em mais de 120 países. A edição brasileira de 2024 ouviu dois mil adultos e 58 especialistas.
Com informações do Brasil 247
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