15/5/2025 16:09

PF revela que Bolsonaro recusou pedido para parar ataques a Brasília

771 visitas - Fonte: Plantão Brasil

Novas mensagens obtidas pela Polícia Federal revelam que Jair Bolsonaro se recusou a condenar publicamente os ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023, mesmo após pedidos desesperados de aliados. Um deles foi Paulo Figueiredo, ex-comentarista da Jovem Pan, que tentou convencer Mauro Cid, então ajudante de ordens da Presidência, a pressionar o ex-presidente a se manifestar contra os invasores da Praça dos Três Poderes.

Às 16h56 daquele dia, Figueiredo enviou uma mensagem pedindo que Bolsonaro se posicionasse imediatamente. Ele chegou a se oferecer para transmitir o pronunciamento ao vivo pela Jovem Pan, na tentativa de conter a multidão bolsonarista que destruía as sedes dos três Poderes. Bolsonaro, no entanto, ignorou o apelo e permaneceu em silêncio, mesmo estando nos Estados Unidos desde 30 de dezembro, quando fugiu do Brasil para não passar a faixa presidencial a Lula.

Na conversa, Mauro Cid admite que falou com Bolsonaro, mas que o então presidente não queria fazer qualquer pronunciamento. Cid ainda deu sinais de apoio à invasão golpista, afirmando que “o povo não aguenta mais tanta arbitrariedade”. Figueiredo, que depois seria indiciado pela trama golpista, alertou que Bolsonaro poderia ser responsabilizado e preso, citando o exemplo de Donald Trump e o ataque ao Capitólio nos EUA.

“Vai ter gente morta e vão botar na conta dele”, escreveu Figueiredo, prevendo o desastre que se confirmaria horas depois. Ele lamentou a destruição causada pelos bolsonaristas e disse que os invasores haviam “acabado de destruir a direita brasileira”. Mesmo diante da violência generalizada, Bolsonaro só se pronunciou por volta das 21h17 — muito depois da destruição provocada por seus apoiadores.

Em nova declaração à imprensa, Figueiredo confirmou o conteúdo da conversa com Cid e classificou os ataques como uma “armadilha”. Tentando se esquivar de responsabilidades, disse que Bolsonaro “felizmente” teria ouvido seu conselho ao condenar os atos — ainda que tardiamente e sem qualquer veemência. A tentativa de se descolar do caos não apaga o papel central do ex-presidente na incitação e omissão diante da tentativa de golpe.

Veja a íntegra do diálogo:






Com informações do DCM

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