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O ex-presidente Jair Bolsonaro está avaliando acionar diretamente a Casa Branca para tentar reverter o tarifaço de 50% imposto por Donald Trump sobre os produtos brasileiros. A movimentação, segundo aliados, seria uma tentativa desesperada de evitar que a opinião pública associe a medida à atuação desastrosa de seu filho, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro, que nos Estados Unidos tem articulado ataques contra o Supremo Tribunal Federal e o governo Lula.
A ofensiva de Bolsonaro também busca ofuscar o impacto negativo causado pelo silêncio do próprio clã após a medida de Trump, além de tentar construir uma falsa imagem de liderança frente ao que bolsonaristas chamam de “imobilismo” do governo Lula. Na realidade, o Palácio do Planalto já respondeu com firmeza e prepara medidas com base na Lei de Reciprocidade Econômica, enquanto fortalece o discurso de soberania nacional.
A operação bolsonarista, no entanto, é arriscada. Se Trump mantiver a tarifa mesmo com a intervenção de Bolsonaro, o fracasso reforçará a narrativa de que a família Bolsonaro ajudou a provocar o ataque econômico contra o Brasil. Pior ainda: o movimento pode chamar ainda mais a atenção do STF, sobretudo se houver tentativa de pressionar instituições brasileiras.
Fontes próximas ao ex-presidente revelaram que ele acredita que a decisão de Trump teve como pano de fundo a atuação do Brasil na Cúpula do Brics. Segundo esse raciocínio, o fato de o Brasil ter liderado o bloco — e de Lula ter defendido uma nova ordem multipolar — teria incomodado Trump, que teme a aproximação do país com nações como Venezuela e China.
Enquanto a extrema direita se vê acuada, a base do governo Lula cresce nas redes e no Congresso, retomando a narrativa da defesa da soberania nacional. O tarifaço, que seria usado como arma contra o governo, acabou desorganizando a agenda bolsonarista, inclusive paralisando momentaneamente o projeto de anistia aos golpistas do 8 de janeiro.
A tentativa de Bolsonaro de manipular uma crise que ele mesmo ajudou a provocar mostra mais uma vez o oportunismo e o desprezo pela autonomia nacional. Mas o povo e as instituições já entenderam de que lado ele realmente está — e não é o do Brasil.
Com informações do DCM
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