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O projeto de lei da anistia aos golpistas do 8 de janeiro, articulado por aliados de Jair Bolsonaro, deve seguir encalhado na Câmara dos Deputados. Segundo lideranças do centrão ligadas ao presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), não há clima político nem perspectiva de avanço neste semestre.
Parlamentares próximos a Motta avaliam que seria um desastre misturar a tentativa de anistiar criminosos bolsonaristas com a crise gerada pela tarifa de 50% imposta por Donald Trump sobre produtos brasileiros. Com isso, cresce a percepção de que a negociação com os Estados Unidos deve ser conduzida exclusivamente pelo governo Lula, por vias diplomáticas e econômicas.
O Palácio do Planalto, atento à gravidade da situação, já anunciou a formação de um comitê interministerial para formular uma resposta firme à medida protecionista de Trump. A postura ativa do governo contrasta com o silêncio da oposição, que se vê cada vez mais encurralada.
Nos bastidores, segue a articulação de uma nova versão do projeto de anistia, costurada entre Hugo Motta, o senador Davi Alcolumbre e o próprio Bolsonaro. A proposta tenta amenizar penas dos envolvidos nos ataques, permitindo que cumpram parte da punição em regime mais brando. Mesmo assim, deixaria de fora os financiadores e mandantes do golpe.
Bolsonaristas na Câmara, no entanto, articulam manobras para incluir Jair Bolsonaro entre os possíveis anistiados, mesmo sem qualquer justificativa legal. A tentativa escancara o desespero de um grupo que, acuado por denúncias cada vez mais graves, tenta escapar das consequências de seus atos.
Antes da crise com os EUA, a oposição ainda alimentava esperanças de votar o projeto até agosto. Agora, nem seus aliados mais fiéis acreditam que o perdão aos golpistas sairá do papel. O isolamento de Bolsonaro se aprofunda, e o cerco jurídico se fecha.
Com informações do Brasil 247
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