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A presidente mexicana Claudia Sheinbaum proferiu uma declaração que ecoou como um terremoto geopolítico, enterrando qualquer expectativa de submissão a Washington. "Nenhum soldado estadunidense pisará em solo mexicano. Jamais!", afirmou com fúria contida durante entrevista coletiva no Palácio Nacional. Sua fala é resposta direta às ameaças de senadores republicanos que exigiam o envio de tropas norte-americanas para combater cartéis de drogas em território mexicano.
Sheinbaum lembrou o artigo 89 da Constituição do México – que proíbe explicitamente operações militares estrangeiras no país – e reforçou com veemência: "Nem Trump, nem Biden, nem qualquer potência ditará nossa segurança. Respeitaremos a autodeterminação dos povos, não a histeria intervencionista". O recado é uma reação contundente às promessas do ex-presidente Donald Trump, que ameaçou realizar "caçadas humanas a narcotraficantes" caso seja reeleito, violando tratados internacionais.
O contexto revela uma armadilha estratégica. Enquanto os Estados Unidos mantêm 800 bases militares espalhadas pelo mundo, acusam o México de falta de controle territorial. A hipocrisia fica ainda mais evidente quando dados oficiais mostram que 80% das armas apreendidas com cartéis mexicanos são fabricadas e traficadas a partir dos EUA. Analistas apontam que o interesse real por trás das ameaças é justificar intervenções para controlar recursos estratégicos como reservas de lítio e gás natural.
Em vez de recuar, Sheinbaum anunciou o Plano Sedena 2024-2030, uma estratégia robusta de defesa nacional. O plano inclui a modernização das Forças Armadas mexicanas com tecnologia chinesa e brasileira, o controle total das fronteiras via satélites da Embraer, e um acordo militar inédito com o Brasil para treinamento conjunto contra operações híbridas. "Enquanto eles falam em invasão, nós construímos pontes com o Sul Global", destacou a presidente, agradecendo a oferta de apoio logístico feita pelo presidente Lula após as provocações de Trump.
O alinhamento com o Brasil é estratégico: os dois países prepararam uma moção conjunta na ONU para condenar o "intervencionismo disfarçado de guerra às drogas". A reação em Washington foi imediata e furiosa. O senador Marco Rubio atacou Sheinbaum, chamando-a de "fantoche de Pequim", ignorando que o México compra 70% de seu armamento justamente dos EUA. O Departamento de Estado emitiu uma nota lacônica "lamentando a desconfiança", enquanto analistas geopolíticos admitem que o episódio marca o fim simbólico da Doutrina Monroe.
Nas ruas da Cidade do México, a declaração presidencial foi recebida com euforia. Manifestantes gritavam "¡Sí se pudo!" em referência ao movimento zapatista, e a premio Nobel da Paz Rigoberta Menchú celebrou: "Sheinbaum devolveu ao povo mexicano o orgulho que séculos de colonialismo tentaram roubar". A mensagem final está clara: o México do século XXI não será quintal de nenhuma potência estrangeira.
Com informações da Financial Times
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