6/10/2025 09:41

Trump pressiona, mas Brasil reage e faz consulta de tarifas de 50% na OMC

1246 visitas - Fonte: Plantão Brasil

A tensão comercial entre Brasil e Estados Unidos ganha novo capítulo nesta segunda-feira (6), com a abertura de consultas em Genebra, na Suíça, no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC). O tema são as sobretaxas de até 50% impostas por Donald Trump contra mais de seis mil produtos brasileiros. A ofensiva norte-americana, travestida de “segurança nacional”, é alvo de contestação do governo Lula, que enxerga abuso e violação clara das regras multilaterais.

A delegação brasileira será chefiada pelo embaixador Mauricio Lyrio, experiente negociador que já esteve diversas vezes em Washington para tratar do assunto. Embora as conversas em Genebra tenham caráter técnico, há expectativa diplomática: o Itamaraty trabalha para viabilizar um diálogo direto entre Lula e Trump, capaz de abrir espaço para uma solução política.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) demonstrou apoio ao esforço do governo brasileiro, lembrando que a manutenção das tarifas não beneficia ninguém. Segundo a entidade, 73,8% das exportações nacionais para os EUA continuam atingidas pelas medidas, praticamente o mesmo patamar anterior à revisão feita por Washington.

As sobretaxas foram instituídas por duas Ordens Executivas do governo Trump, baseadas em legislações de emergência e em dispositivos de comércio internacional usados de forma distorcida. Para o Palácio do Planalto, trata-se de uma tentativa de contornar os limites tarifários acordados na OMC e de impor ao Brasil uma submissão que o país não aceita mais.

Em documento enviado à OMC, os EUA chegaram a afirmar que “não há nada a discutir” e que o tema está ligado à “segurança nacional”, algo que, segundo eles, não poderia ser avaliado no organismo multilateral. A posição, porém, revela a fragilidade do discurso norte-americano diante de uma articulação firme do Brasil no BRICS e em outras instâncias internacionais.

Se não houver entendimento nesta rodada de consultas, o próximo passo será a criação de um painel de investigação na OMC. Mais do que uma disputa comercial, o caso evidencia o choque entre a visão soberana defendida por Lula e a arrogância imperialista de Trump, que tenta transformar regras multilaterais em instrumentos de pressão política.

Com informações do Brasil 247

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