O deputado bolsonarista Nikolas Ferreira (PL-MG) admitiu, em vídeo publicado neste domingo (5), que a extrema-direita trava pautas importantes no Congresso para priorizar a obsessão pela anistia de Jair Bolsonaro. A confissão explicita o grau de submissão do grupo às vontades do ex-presidente condenado, em detrimento das necessidades do povo brasileiro.
Nikolas anunciou que participará, nesta terça-feira (7), de uma marcha em Brasília para “pressionar” deputados a votarem o chamado PL da Dosimetria — uma manobra para tentar salvar os golpistas de 8 de janeiro. Segundo o parlamentar, projetos essenciais ao país estão sendo engavetados para abrir espaço a essa agenda que busca impunidade.
Nikolas Ferreira: “A gente sabe que tem muitos outros assuntos no país, mas que infelizmente terminam ficando travados pela prioridade da anistia. São as vidas das pessoas, e a justiça tem pressa. Agora é pressão total no Congresso. O Brasil precisa de pacificação o quanto… pic.twitter.com/9BvMH0ayln
O movimento bolsonarista, impulsionado por parlamentares e figuras como o pastor Silas Malafaia, insiste em vender a marcha como uma simples “caminhada”. Na prática, é mais um ato de intimidação contra instituições democráticas. A urgência já foi aprovada, permitindo que o projeto siga direto ao plenário, mas o desgaste político é crescente.
Na contramão das manobras da extrema-direita, o ministro do STF Flávio Dino deixou claro que não há espaço para anistia a crimes graves como terrorismo. Em evento em São Paulo, Dino afirmou que as penas aplicadas seguem padrões internacionais e que a legislação atual já é suficiente. “O Congresso pode mudar? Pode. Eu espero que não o faça, porque considero a lei vigente adequada”, disse.
Mesmo assim, bolsonaristas seguem pressionando Arthur Lira e Hugo Motta para avançar com o PL da Dosimetria. Nos bastidores, reuniões foram feitas para “contornar” vitórias recentes do governo Lula, como a aprovação da isenção do Imposto de Renda. Trata-se de uma tentativa desesperada de manter viva a bandeira da impunidade bolsonarista.
A insistência contrasta com declarações anteriores do próprio presidente da Câmara, que em setembro havia dito ser hora de deixar de lado “temas tóxicos”. A volta do assunto à pauta mostra a dificuldade do bolsonarismo em aceitar a Justiça e a democracia, apostando sempre em chantagem e tumulto para manter sua relevância política.
Com informações da Fórum
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