8/10/2025 15:32

Justiça argentina condena brasileiro que tentou matar Cristina Kirchner a 10 anos de prisão

1655 visitas - Fonte: Plantão Brasil

A Justiça da Argentina condenou nesta quarta-feira (8) o brasileiro Fernando Sabag Montiel a dez anos de prisão pela tentativa de assassinato contra a então vice-presidente Cristina Kirchner, em setembro de 2022. Sua companheira, Brenda Uliarte, recebeu pena de oito anos. Os fundamentos completos da sentença só serão divulgados em 9 de dezembro.

Durante o julgamento, Sabag alegou que o caso teria sido “armado” e chegou a afirmar que a arma foi “plantada”. Em 1º de setembro de 2022, ele se misturou à multidão que esperava Cristina Kirchner diante de sua casa, em Buenos Aires, e apontou uma pistola carregada a apenas 15 centímetros de seu rosto. A arma falhou, impedindo o disparo, mas o episódio chocou a Argentina e ganhou repercussão internacional.

O Ministério Público havia pedido penas mais severas: 15 anos para Sabag e 14 para Uliarte. Ambos foram acusados de tentativa de homicídio qualificado, com agravantes de uso de arma de fogo, dolo e violência política de gênero. Um terceiro investigado, Nicolás Carrizo, acabou absolvido por falta de provas de envolvimento no plano.

O atentado reacendeu memórias da violência política da ditadura civil-militar argentina e gerou uma onda de solidariedade em torno de Cristina Kirchner. À época, líderes progressistas condenaram duramente o ataque, mas Javier Milei — hoje presidente da Argentina — e Patricia Bullrich, atual ministra da Segurança, se omitiram e evitaram críticas aos agressores, revelando a cumplicidade da extrema-direita.

A defesa de Cristina chegou a pedir investigação sobre possíveis mandantes do atentado, mas o pedido foi negado pela Justiça. A ex-vice-presidente, que sempre denunciou perseguição política, afirmou que a queriam “presa ou morta”. Hoje, ela cumpre prisão domiciliar após condenações em processos de corrupção confirmadas pela Suprema Corte em 2025.

Fernando Sabag Montiel nasceu no Brasil em 1987, filho de mãe argentina e pai chileno. Mudou-se para Buenos Aires em 1993 e obteve cidadania argentina. Seu pai, Fernando Ernesto Montiel Araya, já havia sido investigado pela Polícia Federal no Brasil em 2020, ampliando as suspeitas sobre o histórico da família.

Com informações do Brasil 247

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