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A Polícia Federal realiza hoje uma etapa decisiva para desmantelar mais um esquema de corrupção que floresceu sob a sombra do ecossistema bolsonarista. A partir das 14h, serão tomados os depoimentos de Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, Paulo Henrique Costa, ex-presidente do BRB e aliado de Ibaneis Rocha, e Ailton de Aquino Santos, do Banco Central. A delegada do caso decidirá, após as oitivas, se haverá acareação entre os envolvidos para sanar as contradições sobre o rombo bilionário que ameaça o sistema financeiro.
O inquérito, agora sob a condução do ministro Dias Toffoli no STF, investiga fraudes estimadas em R$ 12 bilhões. O esquema consistia em operações irregulares de crédito consignado que visavam transferir recursos do banco estatal do Distrito Federal para a instituição privada de Daniel Vorcaro. A manobra ocorreu durante a tentativa de venda do Banco Master ao BRB, anunciada em 2025 e posteriormente barrada por técnicos que identificaram as irregularidades antes da fusão.
A investigação expõe as entranhas da autarquia monetária, revelando um racha entre a área técnica e a diretoria de Fiscalização. Enquanto o setor comandado por Renato Dias de Brito Gomes exigia intervenção imediata diante do colapso iminente, a ala chefiada por Ailton de Aquino tentava manter o banco funcionando, apesar de alertas graves. Documentos do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) mostram que houve 38 avisos formais sobre falta de liquidez e erros contábeis que foram ignorados ou minimizados.
A postura de Ailton de Aquino gerou forte tensão institucional. Embora Dias Toffoli tenha esclarecido que o diretor não é investigado formalmente no momento, o magistrado frisou que a apuração atinge diretamente a conduta do órgão regulador nacional. O Banco Central tentou impedir o depoimento alegando "constrangimento", mas a Justiça manteve a necessidade de esclarecer por que os alertas de fraude foram negligenciados enquanto o patrimônio público corria risco.
A prisão de Daniel Vorcaro e a liquidação extrajudicial do Banco Master, decretada após o bloqueio da fusão, confirmam o tamanho do estrago deixado pela gestão anterior e seus tentáculos no setor bancário. O caso reforça a necessidade de varrer os resquícios da era Bolsonaro, marcada por indicações políticas em postos estratégicos que, segundo os indícios, facilitaram o enriquecimento de grupos privados através de instituições públicas como o BRB e a leniência de setores do Banco Central.
O acompanhamento da audiência será feito por um juiz auxiliar do STF, garantindo que o depoimento desta terça-feira não seja apenas mais uma formalidade. O foco central é entender como R$ 12,2 bilhões foram movimentados sob suspeita de fraude sem que as autoridades de fiscalização interrompessem o processo a tempo. A reconstrução das instituições brasileiras passa, obrigatoriamente, pela punição rigorosa daqueles que utilizaram o sistema financeiro para saquear os cofres públicos.
Com informações do DCM
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