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O presidente dos Correios Wagner Pinheiro e o ex-presidente do Postalis, Alexj Predtechensky, responsável pelos golpes aplicados no Postali
Nos próximos dias irá estourar mais um mega-escândalo do Postalis, o fundo de pensão dos Correios e mais uma evidência incomoda do desastre que foi para o país a utilização de estatais para acordos políticos.
O Postalis adquiriu R$ 150 milhões em debêntures da Construtora Mudar, de um aventureiro carioca de nome Augusto Martinez. Recebeu, como garantia, terrenos avaliados em apenas R$ 7 milhões.
Graças a uma parceria com o programa Domingo Legal, do SBT, a Mudar estourou no mercado de baixa renda, em dois anos saltou de R$ 150 milhões para R$ 400 milhões em lançamentos, emitiu as debêntures. Logo depois, Martinez desapareceu deixando 3 mil mutuários sem receber os apartamentos.
Não foi o primeiro golpe aplicado na Postalis pelo ex-presidente Alexej Predtechensky, o “Russo”, colocado no cargo, ao que consta, na cota do ex-Ministro Edison Lobão, ligado ao grupo de Sarney.
O Postalis aplicou em todos os micos recentes do mercado financeiro, em papéis do BVA, Banco Cruzeiro do Sul e Oboe.
Grande parte da roubalheira aconteceu através do fundo de investimento Sovereign, administrado por uma tal de Atlântica Investimento – de um aventureiro brasileiro que passou por Miami, Fabrizio Dulcetti Neves.
A diretoria do Postalis – Alexej e o diretor financeiro Ricardo Oliveira Azevedo – tinham liberdade para aplicar até o limite de R$ 120 milhões sem consultar nenhuma outra instância.
Só com o Atlântica as perdas chegaram a R$ 371 milhões (em valores históricos), ou mais de R$ 600 milhões (em valores atualizados). O fundo foi constituído para investir em títulos da dívida externa brasileira, mas desviou as aplicações para empresas privadas, provavelmente ligadas a Fabrizio e a Alexej.
O Russo atuou impunemente no Postalis por seis anos. Saiu apenas em 2011, quando se constataram suas falcatruas.
Sua saída foi prestigiada por inúmeras autoridades, incluindo o presidente dos Correios, Wagner Pinheiro. No discurso final, o Russo afirmou que gerir o Postalis foi uma das experiências mais marcantes de sua vida profissional e que perseguiu por todos os meios a meta de manter o Postalis “adequado à modernidade pegada pela legislação brasileira.”
O presidente dos Correios, Wagner Pinheiro, quando do outro lado do balcão, ainda no governo FHC, teve papel relevante para impedir que o Banco Opportunity lesasse ainda mais os fundos de pensão.
Como presidente da patrocinadora, saudou a gestão de Russo, afirmando que “nos últimos dez anos, houve uma mudança enorme na gestão dos fundos, sendo quase uma revolução no setor de previdência complementar no Brasil.”
O pacto espúrio com o PMDB fez com que outro fundo relevante, o Real Grandeza, fosse entregue ao inacreditável deputado Eduardo Cunha. Mas os funcionários se levantaram a tempo conseguindo seu afastamento.
80 mil contribuintes do Postalis podem ter o mesmo destino do Aerus, o fundo de pensão depenado dos aeroviários, depenado por sucessivas diretorias.
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