Cappelli denuncia desmonte do COAF e pede inteligência contra o crime

Portal Plantão Brasil
30/12/2024 12:41

Cappelli denuncia desmonte do COAF e pede inteligência contra o crime

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O jornalista e presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Ricardo Cappelli, trouxe reflexões profundas sobre os entraves e soluções para a segurança pública no Brasil em uma sequência de postagens na rede social X. Sem evitar as controvérsias, Cappelli abordou temas como crime organizado, inteligência financeira e alocação de recursos.

Ele começou rebatendo a ideia de que a violência policial seria o principal problema da segurança pública, argumentando que o verdadeiro desafio é o crime organizado, que movimenta bilhões, infiltra-se nos poderes e domina territórios com armamento pesado. Segundo Cappelli, o Estado deve exercer força superior para garantir a soberania e proteger a população.

Outro ponto destacado foi o desmonte do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) na gestão atual do Banco Central, que, segundo ele, compromete a capacidade do Brasil de rastrear fluxos financeiros ilícitos. Cappelli defendeu o fortalecimento da inteligência financeira como ferramenta estratégica no combate ao crime organizado.

Cappelli também chamou atenção para a insuficiência de contingente da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal, responsáveis pelo controle de fronteiras e rodovias, e criticou a falta de investimento adequado em segurança pública. Ele ressaltou que enquanto o Fundo Nacional de Segurança Pública dispõe de cerca de R$ 500 milhões anuais, bilhões são destinados a emendas parlamentares e desonerações.

Outro problema apontado foi o uso indevido do registro de CACs (Caçadores, Atiradores e Colecionadores) como canal para desvio de armas para o crime organizado. Com mais de 800 mil registros ativos no Brasil, os números de furtos e roubos de armas triplicaram, agravando o cenário.

Concluindo a thread, Cappelli destacou a necessidade de uma ampla mobilização nacional, envolvendo sociedade, poderes e forças de segurança, para enfrentar o crime organizado. “Não há bala de prata”, afirmou. “O crime não é de esquerda nem de direita, é o crime.”

O texto completo de Cappelli sobre a Segurança Públicada postado no X pode ser lido abaixo:

Sobre a polêmica envolvendo Segurança Pública - segue o fio:

1 - A polícia precisa ter regras para sua atuação, como qualquer atividade profissional. Não pode sair atirando a esmo em inocentes.

2 - É falso que o principal problema da segurança é a violência policial. O principal problema é o crime organizado, que movimenta bilhões, se infiltrou nos poderes e em variadas atividades econômicas.

3 - Facções criminosas estão arrancando na marra pedaços do território nacional com armas de guerra, ameaçando o Brasil. Quem porta fuzil e .40 deve ser enfrentado com força superior pelo Estado, a quem cabe o monopólio do uso da força para garantir o território para a população.

4 - O tráfico de entorpecentes existe em diversos países do mundo. Domínio de território, não.

5 - Só se combate crime organizado com inteligência. Bilhões não circulam em malas, mas sim por dentro do sistema financeiro. O COAF, que foi desmontado na gestão atual do Banco Central, precisa ser uma agência de inteligência financeira. É estratégico.

6 - Temos 12 mil homens da PF para 23 mil km de fronteiras. Esse número precisaria ser duplicado. Idem para a PRF. 12 mil homens para 75 mil km de rodovias. Como controlar fronteiras e rodovias com este efetivo? O Paraguai importa milhares de armas. Produz milhões de cigarros. Onde vão parar?

7 - Isso tem custo? Claro que tem. O custeio da PF consome 1,5 BI por ano. Gastamos 50 BI com emendas e 550 BI com desonerações. O Fundo Nacional de Segurança Pública, depois dos repasses obrigatórios e do custeio da Força Nacional, fica com cerca de 500 milhões. O Brasil, sociedade e os 3 poderes, precisa discutir a questão da alocação dos recursos.

8 - O Brasil é mercado consumidor da droga, mas principalmente rota de passagem e saída por nossa fronteira marítima. 1 kg de cocaína é comprada na fronteira por cerca de 1.500 dólares e vendida no exterior por cerca de 35 mil dólares. São toneladas saindo pelo mar. Nossos portos não possuem equipamentos adequados. A Marinha tem cerca de 80 mil homens, sendo 50 mil no Rio. Se não mobilizarmos tudo que temos, não teremos chance.

9 - Os CACs viraram um sistema de desvio de armas em massa. Triplicou o registro mensal de furtos e roubos. São mais de 800 mil pessoas registradas como CACs no Brasil. Todo mês são mais de 180 registros de "furto ou roubo". Milhares de armas "legais" indo parar nas mãos do crime.

10 - Não há bala de prata. Exige muito trabalho coordenado. O crime não é de esquerda nem de direita, é o crime. As pesquisas indicam que o tema virou prioridade para a população. Só uma ampla mobilização nacional, unindo a sociedade, os poderes e as forças de segurança, será capaz de promover o enfrentamento necessário.



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