13/10/2025 16:50

Lula autoriza Gleisi a demitir indicados de partidos que votaram contra o governo

486 visitas - Fonte: Plantão Brasil

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, recebeu autorização do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para promover uma ampla reorganização da base aliada no Congresso Nacional, atingindo principalmente partidos do Centrão que votaram contra o governo. A medida vem após a derrota da Medida Provisória que buscava alternativas de arrecadação para substituir o aumento do IOF, e que perdeu a validade sem ser votada pela Câmara.

“Vamos reorganizar a base e fazer as mudanças necessárias, com muita responsabilidade. Mas quem quiser estar no governo deverá ser voto do governo no Congresso”, afirmou Gleisi ao Metrópoles. Segundo ela, cargos serão retirados de legendas como PP, PSD, Republicanos e MDB, cujos parlamentares ajudaram a barrar a MP. A ministra destacou que Lula “está ciente e acompanha cada decisão”.

Na sexta-feira (10), o governo iniciou a exoneração de aliados de deputados infiéis, com demissões publicadas no Diário Oficial da União. Foram afastados cinco superintendentes regionais ligados ao MDB e ao PSD em ministérios como Agricultura e Infraestrutura. Cargos também foram cortados na Caixa Econômica Federal e nos Correios, atingindo nomes próximos de Ciro Nogueira, Gilberto Kassab e Altineu Côrtes.

No PSD, a votação dividida — 20 a favor e 18 contra a MP — gerou desconforto com o Planalto, e líderes da legenda criticaram o governo por agir “sem estratégia”. No MDB, o cenário foi semelhante, com 16 votos favoráveis e 14 contrários. Para Gleisi, no entanto, é preciso “reorganizar com coerência”: quem quiser espaço no governo precisa demonstrar compromisso com as pautas que sustentam o projeto de reconstrução do país.

A MP derrotada previa R$ 20,9 bilhões em receitas extras para 2026, mas o valor foi reduzido para R$ 17 bilhões após negociações no Congresso. A perda da medida representou um revés fiscal para o governo e acendeu o alerta político no Palácio do Planalto. As exonerações, portanto, marcam o início de uma nova etapa de firmeza na articulação política do governo Lula, que busca alinhar a base e conter o poder de chantagem do Centrão.

Com informações do DCM

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