Analista alerta que cessar-fogo em Gaza pode ser só uma pausa antes do horror

Portal Plantão Brasil
14/10/2025 10:34

Analista alerta que cessar-fogo em Gaza pode ser só uma pausa antes do horror

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O analista político Mouin Rabbani, especialista no conflito israelo-palestino, afirmou que o cessar-fogo atual em Gaza pode ser apenas uma pausa estratégica e não o fim da guerra. Segundo ele, Israel pode retomar os ataques assim que recuperar seus cativos ou encontrar um pretexto político, como impasses nas negociações de governança e desarmamento, para manter a ocupação do território.

Rabbani, de origem holandesa-palestina, alerta que o desfecho da crise dependerá diretamente das ações do governo de Donald Trump, que voltou a exercer influência decisiva sobre o Oriente Médio. Ele afirma que, apesar da aparência de equilíbrio, o verdadeiro poder está em Washington, e não em Tel Aviv, Ramallah ou nas capitais árabes. O problema, diz o analista, é que o interesse de Trump em um acordo de paz sempre foi mais simbólico e eleitoral do que humanitário.

Mesmo diante do repúdio mundial às atrocidades cometidas por Israel em Gaza, os governos ocidentais seguem cúmplices, denuncia Rabbani. Ele acusa países da Europa e os Estados Unidos de fingirem indignação, mas não aplicarem sanções reais, como embargo de armas, suspensão de cooperação em inteligência ou boicote a produtos de assentamentos ilegais. A hipocrisia, segundo ele, é tamanha que Netanyahu, procurado pela Justiça Internacional, continua sendo recebido livremente em países que dizem defender os direitos humanos.

O analista também critica os planos ocidentais de empurrar para os países árabes a conta da reconstrução de Gaza, isentando Israel da responsabilidade por destruição e mortes. Para ele, qualquer plano de reconstrução deve estar vinculado a um projeto político concreto, com o fim da ocupação e o reconhecimento de um Estado palestino baseado nas fronteiras de 1967.

Sobre a proposta de Trump e Netanyahu, Rabbani afirma que ela não reconhece o direito palestino à autodeterminação, repetindo os erros dos Acordos de Oslo — um ciclo de promessas vazias e dependência política. No entanto, ele ressalta que há esperança: a pressão popular global cresce, com movimentos exigindo sanções, responsabilização internacional e justiça para o povo palestino.

Rabbani conclui que a verdadeira mudança só virá quando os governos passarem a obedecer à vontade dos povos, e não aos interesses de Israel e de suas elites cúmplices.

Assista ao vídeo:


Com informações do DCM


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