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A sessão da CPI do INSS desta segunda-feira (13) foi marcada por confusão, gritos e provocações entre parlamentares e o ex-presidente do instituto, Alessandro Stefanutto. Durante o depoimento, ele entrou em confronto direto com o senador bolsonarista Marcos Rogério (PL-RO) e disparou contra a Controladoria-Geral da União (CGU), afirmando que o órgão “erra” e teria feito cobranças indevidas em relação às investigações sobre associações de aposentados.
Segundo Stefanutto, a CGU apontou falhas quando o INSS “já estava tomando providências”. Ele defendeu que havia solicitado auditorias e adotado diversas medidas administrativas para combater os desvios. “Eu tomei muitas providências. Talvez não as que a CGU queria, mas tomei muitas”, declarou, em tom de ironia e autodefesa, provocando reação imediata entre os parlamentares.
O depoimento virou palco de embates entre Stefanutto e nomes da oposição e do bolsonarismo, como Izalci Lucas (PL-MG), Márcio Bittar (PL-AC) e o próprio Marcos Rogério, que insistiram em associá-lo a irregularidades da “Farra do INSS”. O ex-presidente rebateu as insinuações e disse que manteve no cargo diretores já nomeados antes de sua gestão — o que irritou o relator da CPI, deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), ao ponto de interromper a sessão.
Em um dos momentos mais tensos, Stefanutto reagiu à cobrança do relator com uma frase que inflamou o plenário: “Eu estou aqui como testemunha, então eu decido minha resposta. Eu defino se ela é objetiva ou não”. Gaspar respondeu chamando o ex-presidente de “vergonha” e o acusou de comandar “uma instituição que roubou aposentados”. A troca de ofensas fez a reunião ser suspensa pela segunda vez.
Após o intervalo, Stefanutto pediu desculpas, e o relator aceitou. O presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), lembrou que o depoente tinha habeas corpus parcial concedido por Luiz Fux, do STF, o que lhe garantia o direito de se calar em perguntas que pudessem gerar autoincriminação. Stefanutto ainda revelou ter diabetes e combinou pequenas pausas para manter o controle físico durante a sessão.
A CPI do INSS, criada para investigar fraudes que atingiram aposentados e pensionistas, vem expondo não apenas irregularidades financeiras, mas também o uso político do escândalo por parlamentares bolsonaristas, que tentam desviar o foco das gestões anteriores — inclusive do governo Bolsonaro, quando parte do esquema foi montada.
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Com informações do DCM
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