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A lista de assessores diretos do presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira, revela um festival de indicações políticas e relações pessoais com o centrão e a elite do poder em Brasília. Entre os nomes estão a filha de um deputado, o irmão de um prefeito, a ex-mulher de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e até o advogado do próprio Arthur Lira (PP-AL), padrinho político de Vieira.
A relação, obtida pela Folha de S.Paulo via Lei de Acesso à Informação, só foi liberada após determinação da Controladoria-Geral da União (CGU), que criticou a tentativa do banco de esconder os nomes sob alegação de “risco à segurança” e “concorrência de mercado”. Para a CGU, conhecer quem ocupa funções estratégicas em uma estatal é um direito público básico e essencial à transparência.
Desde sua posse, em novembro de 2023, Vieira tem usado o comando da Caixa como vitrine de apadrinhamento político do centrão. Um dos assessores, José Trabulo Júnior, indicado por Ciro Nogueira (PP), foi demitido logo após a derrota do governo na Câmara sobre a medida provisória do IOF. Outro nome é o advogado Luiz Maurício Carvalho e Silva, defensor de Arthur Lira em disputas judiciais por terras em Pernambuco.
A lista inclui ainda Maria Socorro Mendonça Carvalho Marques, ex-esposa do ministro Kassio Nunes Marques, nomeada em dezembro de 2023; Mayara Santiago, filha do deputado Wilson Santiago (Republicanos-PB), aliada do presidente da Câmara, Hugo Motta; e João Antônio Holanda Caldas, irmão do prefeito de Maceió, JHC (PL), e filho da senadora Eudócia Caldas (PL-AL). Segundo funcionários, cada consultor recebe até R$ 40 mil por mês.
A Caixa afirma que todas as contratações seguem “normas internas de governança e compliance”, mas o caso evidencia o avanço do centrão sobre o banco público, controlando cargos estratégicos e transformando a instituição em moeda de troca política. Vieira, indicado por Lira, vem resistindo às pressões do Planalto para moralizar o comando da estatal.
Enquanto o governo Lula tenta retomar o controle sobre as estatais e limpar o rastro de apadrinhamento herdado do bolsonarismo, a Caixa se torna o principal símbolo da disputa entre o projeto público e a velha prática de compadrio que o centrão insiste em preservar.
Com informações da Folha de SP
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