5093 visitas - Fonte: Plantão Brasil
Durante boa parte da segunda-feira, o Estadão estampou em sua manchete uma insinuação caluniosa: “PF suspeita que sindicato de irmão de Lula desviou aposentadorias do INSS para empresas de fachada”. A informação, repetida por outros veículos da mídia tradicional, é enganosa e maliciosa.
O Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi) tem como vice-presidente José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mas o sindicato não pertence a ele, e Frei Chico não é investigado pela Polícia Federal. A investigação, se existir, mira possíveis irregularidades de natureza administrativa dentro da entidade — e não o irmão do presidente, que ocupa apenas um cargo representativo.
A tentativa de transformar o nome de Lula em alvo indireto mostra mais uma vez a má-fé de setores da imprensa, que tratam qualquer menção à família do presidente como munição política. A PF, se encontrar irregularidades, investigará o sindicato, não seu vice-presidente. O sensacionalismo do Estadão busca apenas gerar manchetes, não esclarecer fatos.
Enquanto isso, a família Bolsonaro segue blindada pelos mesmos jornais que atacam Lula. O verdadeiro “irmão suspeito” é Renato Bolsonaro, apontado em reportagens do UOL como possível laranja do ex-presidente. Levantamento de Thiago Herdy e Juliana Dal Piva revelou que metade dos imóveis do clã Bolsonaro foi comprada com dinheiro vivo — 51 das 107 transações imobiliárias feitas desde os anos 1990.
Em agosto de 2024, outra reportagem do UOL, assinada por Laila Nery, detalhou o patrimônio de Renato Bolsonaro, que se multiplicou durante o governo do irmão. Mas esse, curiosamente, não é assunto de manchete no Estadão.
A diferença é clara: quando há um “Lula” no meio, a velha imprensa transforma especulação em escândalo. Quando há um “Bolsonaro”, reina o silêncio conveniente.
Reportagem sobre patrimônio do irmão de Jair Bolsonaro:
Com informações do DCM
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