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O governo brasileiro busca nesta quinta-feira (16) reverter o tarifaço de 50% imposto por Donald Trump sobre produtos brasileiros desde agosto. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, se reúne em Washington com o secretário de Estado americano, Marco Rubio, para tentar destravar um acordo que alivie os prejuízos causados pelas medidas unilaterais da Casa Branca.
Será o primeiro encontro de alto nível entre os dois países desde que as sobretaxas entraram em vigor, em 6 de agosto. O governo Lula aposta no diálogo diplomático para retomar as exportações afetadas, sobretudo de alimentos e produtos industriais. Desde a imposição das tarifas, empresas brasileiras relatam queda brusca nas vendas, estoques encalhados e prejuízos crescentes.
O chanceler Mauro Vieira chegou a Washington na segunda-feira (13) para preparar as negociações, que devem incluir também assessores econômicos da Casa Branca. Enquanto o Brasil tenta reconstruir pontes diplomáticas, setores produtivos acumulam perdas. No Ceará, indústrias buscam novos compradores na Europa e na Ásia; em Minas Gerais, exportadores perderam contratos e agora miram mercados como Noruega e Dubai. Já os produtores de lagosta do Nordeste, tradicionais fornecedores aos EUA, enfrentam estoques parados e prejuízos milionários.
O tarifaço foi recebido com indignação por empresários e associações comerciais, que o classificam como um golpe nas exportações brasileiras. Os EUA são um dos principais destinos dos produtos nacionais, e o governo teme que o impasse reduza o crescimento das vendas externas no último trimestre de 2025.
O episódio também escancara as limitações estruturais da política comercial brasileira. O Mercosul impõe uma Tarifa Externa Comum que restringe a flexibilidade do país para firmar acordos bilaterais. Segundo o Instituto Brasileiro de Comércio Internacional e Investimentos (IBCI), o Brasil ainda mantém tarifas médias de 12%, muito acima dos 3% praticados pelos EUA antes das sobretaxas. O Índice de Abertura Comercial do Banco Mundial ficou em 33,85% em 2023, abaixo da média da OCDE e da América Latina.
Especialistas afirmam que o país precisa modernizar sua estratégia de comércio exterior. “Nosso protecionismo interno reduz a competitividade das empresas brasileiras no exterior”, explicou Sandra Rios, diretora do Cindes. Ela e outros analistas defendem que o Brasil diversifique acordos e mercados, aproveitando o protagonismo diplomático do governo Lula para reconstruir a credibilidade internacional que foi abalada durante o governo Bolsonaro.
Com informações do DCM
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