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Por Ferrucio Gobbo
O governo ira reduzir os gastos em R$ 44 bilhões para satisfazer as exigências dos mercados financeiros e reconquistar a confiança perdida. Esta confiança foi perdida a partir do momento em que a Dilma decidiu reduzir os juros, em 2011, a níveis mais compatíveis com os internacionais. Os juros voltaram a subir, mas a desconfiança continua, porque os mercados financeiros intimamente sabem que a Dilma não desistiu de reduzir os juros, esperando apenas a oportunidade de fazê-lo.
Por isso, qualquer ajuste fiscal nunca será suficiente para deixar tranquilos os mercados financeiros.
Em 2013 o governo gastou R$ 35 bilhões a mais que em 2012 com juros, aumentando a participação dessa despesa no Pib de 4,9% para 5,2%. Isso foi devido ao aumento, em 2013, da taxa básica de juros para combater a inflação, mas, principalmente, para impedir a fuga de capitais.
A conta de juros em 2014 será, provavelmente, mais alta. Isto significa que a redução de R$ 44 bilhões servirá apenas para compensar o aumento de gastos com juros. O déficit nominal continuará o mesmo e a dívida bruta não será reduzida, como querem os mercados financeiros.
Eles querem, ao mesmo tempo, aumento de juros, aumento do superávit primário e redução da dívida bruta. Mas, como isso é possível, se aumento de juros aumenta os gastos do governo e, ao mesmo tempo, reduz a receita, pela redução do investimento e do Pib?
Os mercados financeiros acham que isso é possível, reduzindo ainda mais os gastos do governo, não interessando se isso reduz investimentos ou benefícios sociais.
A redução dos gastos, porém, terá consequências negativas para o crescimento da economia e o Pib. Dos R$ 44 bilhões, R$ 13,5 bilhões serão obtidos com cortes em despesas obrigatórias por lei (difícil entender como despesas obrigatórias podem ser cortadas). Os outros R$ 30,5 bilhões serão obtidos através da redução de investimentos, principalmente. Nada disso contribui para a melhoria da economia real.
Mas contribui para o aumento dos lucros dos bancos, investidores/especuladores e rentistas nacionais e estrangeiros. Os balanços dos bancos que o digam.
Infelizmente, enquanto o País depender do capital externo, não convém desafiar os mercados financeiros. Vamos ter que fazer o que eles querem.
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