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Greve de motoristas e cobradores afeta agora cidades da Grande São Paulo; Osasco, Itapecerica, Diadema e Embu sofrem paralisação; SP registrou nesta manhã recorde de congestionamento no terceiro dia de protesto; apesar do acordo que determinou ontem o retorno ao trabalho pela categoria, grupo continua insatisfeito com o acordo fechado entre o sindicato e as empresas de ônibus
Os ônibus da Viação Santa Brígida, única garagem que permaneceu sem operar na manhã de hoje (22) na capital paulista, começaram a ser liberados por volta das 10h30, segundo a São Paulo Transportes (SPTrans). A tropa de Choque da Polícia Militar (PM) foi chamada ao local e precisou intervir, segundo a assessoria de imprensa da empresa, no momento em que alguns veículos começaram a ser depredados pelos trabalhadores, que queriam impedir a saída dos carros. Segundo a PM, no entanto, não houve confronto e a situação agora está normalizada.
De acordo com a empresa, será preciso pelo menos mais uma hora para a liberação de todos os 830 carros. Duzentos ônibus, por volta das 11h20, já haviam começado a rodar. Alguns dos funcionários da Santa Brígida participaram ontem (21) de uma reunião na Superintendência Regional do Ministério do Trabalho. Durante o encontro, ficou acordado que as atividades seriam retomadas hoje com a condição de que a prefeitura intermediasse a retomada das negociações com os empresários. Hoje, ocorre uma audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT).
A SPTrans informou que o Plano de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência (Paese) continua até que a situação seja totalmente normalizada. A Santa Brígida opera 80 linhas das zonas norte e oeste da capital paulista. A paralisação na garagem afetou, principalmente, o funcionamento do Terminal Pirituba. Entre motoristas e cobradores, a empresa conta com cerca de 3 mil funcionários.
Cidades da região metropolitana de SP também enfrentam greve de rodoviários
Motoristas e cobradores da região metropolitana de São Paulo também estão paralisando as atividades em protesto por melhorias salariais, assim como está ocorrendo há três dias na capital. Nas cidades de Osasco e Diadema, a interrupção ocorre nas linhas que circulam internamente nos municípios. Também há paralisação em linhas intermunicipais que atendem aos moradores de Itapecerica da Serra e Embu das Artes.
Em Osasco, a paralisação ocorre desde terça-feira (20). De acordo com a Companhia Municipal de Transportes de Osasco (CMTO), 45 linhas operadas pelas empresas Osasco e Urubupungá estão circulando parcialmente na manhã de hoje (22). Diariamente, em média, 140 mil passageiros tão atendidos por essas linhas. O órgão informou ainda que a Viação Urubupungá tem uma frota de 170 ônibus, dos quais 97 estão em circulação. Na Viação Osasco, a operação é ainda mais reduzida, com 20 dos 177 veículos que deveriam rodar.
O secretário-geral do Sindicato de Condutores e Trabalhadores de Osasco (Sincovero), Luiz Carlos Segatelli, informou que a Justiça determinou que pelo menos 75% devem estar rua. Ele destacou que ainda não houve nenhuma proposta concreta de reajuste salarial à categoria. A paralisação, segundo sindicato, envolve entre 15% e 25% da frota. A Viação Osasco informou que o percentual não está sendo cumprido na empresa, pois houve depredação de veículos por parte da população. A empresa não comentou a negociação salarial com os trabalhadores.
Em Diadema, os 114 veículos da empresa MobiBrasil não circularam hoje, segundo a prefeitura. A interrupção atrapalha o deslocamento de 43 mil usuários. A cidade também é afetada pelo recolhimento de 106 veículos das linhas intermunicipais, que transportam 50 mil pessoas por dia. A secretaria de Transportes autorizou, segundo a assessoria de imprensa, a entrada de mais 37 ônibus da Viação Benfica, a única que está operando hoje na cidade, atendendo a cerca de 79 mil passageiros por dia.
A Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU-SP), que controla as linhas intermunicipais, ainda não informou o balanço da paralisação em Itapecerica da Serra e Embu das Artes. As prefeituras dos municípios informaram que a paralisação não afeta o transporte público interno nas cidades.
A Agência Brasil entrou em contato com a Urubupungá, a MobiBrasil e o sindicato dos motoristas de Diadema, mas não houve retorno até o momento de publicação da reportagem.
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