PALOCCI É O NOVO ALVO DE SERGIO MORO NA LAVA JATO

Portal Plantão Brasil
18/4/2015 11:51

PALOCCI É O NOVO ALVO DE SERGIO MORO NA LAVA JATO

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Antonio Palocci, que foi ministro da Fazenda no governo Lula e da Casa Civil no primeiro mandato de Dilma Rousseff, é o novo alvo das investigações do juiz Sergio Moro na Lava Jato; sigilo bancário da consultoria Projeto, de Palocci, já foi quebrado e vazado para a revista Época, das Organizações Globo; em 2010, ele recebeu R$ 12 milhões do escritório de advocacia de Marcio Thomaz Bastos, ex-ministro da Justiça; segundo Palocci, os pagamentos seriam relacionados a pagamentos do Pão de Açúcar; outro cliente importante foi o grupo Caoa/Hyundai, que pagou R$ 4,5 milhões ao ex-ministro; Moro vai puxar o caso para sua jurisdição alegando que Paulo Roberto Costa o citou na Lava Jato; na internet, circulam rumores de que ele e José Dirceu serão presos nos próximos dias



O ex-ministro Antonio Palocci é o novo alvo do juiz Sergio Moro na Operação Lava Jato. Segundo reportagem dos jornalistas Thiago Bronzatto e Filipe Coutinho, publicada neste fim de semana na revista Época (leia aqui), a consultoria Projeto, de Palocci, já teve seus sigilos quebrados e os dados serão enviados ao juiz paranaense.



Embora Moro não tenha competência legal para investigar Palocci, que reside em São Paulo e fez negócios com clientes também de São Paulo, ele irá puxar o processo alegando que o ex-ministro foi citado em delações premiadas de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras.



A reportagem de Época informa que Palocci recebeu R$ 12 milhões de ninguém menos que o ex-ministro da Justiça, Marcio Thomaz Bastos, já falecido. Eis um trecho:



Palocci recebeu R$ 1 milhão do escritório do criminalista Márcio Thomaz Bastos, segundo documentos da empresa do petista, em poder do Ministério Público Federal (MPF) e obtidos por ÉPOCA. MTB, como era conhecido o advogado, morreu no ano passado. Em 2010, após uma longa passagem pelo Ministério da Justiça do governo Lula, na qual fez muitas tabelinhas com Palocci, resistia como principal conselheiro jurídico da cúpula do PT. O dinheiro foi repassado sem que houvesse sequer contrato formal. Era um contrato de boca. Duas semanas depois, Palocci recebeu mais R$ 1 milhãode MTB. Os R$ 2 milhões somavam-se aos R$ 3,5 milhões repassados durante a campanha e a pré-campanha de Dilma. No total, 11 pagamentos. Sempre sem contrato. Sempre em valores redondos – R$ 500 mil, no auge das eleições, e R$ 250 mil, antes. Sempre depositados, segundo o próprio Palocci, na conta da Projeto, a empresa de consultoria criada por ele após deixar o governo Lula.



No dia em que foi anunciado como ministro de Dilma, Palocci recebeu R$ 1 milhão em sua consultoria



Qual a origem do dinheiro? O Pão de Açúcar, dizem os advogados de Palocci e do escritório de MTB. Por que o Pão de Açúcar pagaria uma pequena fortuna a Palocci? Para que o petista, um médico sanitarista que passava aqueles dias de 2010 na intensa faina de uma campanha presidencial, ajudasse na fusão entre o grupo de Abilio Diniz e as Casas Bahia. Não se sabe como Palocci poderia ser tão valioso numa negociação dessa natureza – nem por qual razão o Pão de Açúcar não o contratara diretamente. Mas ele prestou algum serviço? A renomada consultoria Estáter, contratada de forma exclusiva pelo Pão de Açúcar para tocar a fusão,informou ao MPF que, por óbvio, não – Palocci não prestou qualquer serviço, o que despertou suspeitas entre os investigadores. Fontes que participaram das negociações confirmaram a ÉPOCA que Palocci não participou de qualquer reunião, conversa informal ou troca de e-mails durante o negócio. Em ofício ao MPF, o Pão de Açúcar disse que “em função da relação de confiança desenvolvida” é comum que os “serviços de assessoria jurídica sejam contratados de modo mais informal”. Palocci não é advogado. Procurado por ÉPOCA, o Pão de Açúcar informou que não vai se pronunciar.



Época também menciona outros clientes de Palocci, como o grupo Caoa/Hyundai. Eis um trecho:



Meses depois, em 1º de julho de 2010, já no auge de suas atividades na campanha, Palocci fechou um contrato com a rede de concessionária de automóveis Caoa. No papel, o petista foi contratado para ajudar o empresário Carlos Alberto Oliveira Andrade, dono do grupo automotivo, na avaliação de oportunidades de negócios com a China e na ampliação de produção de veículos. Palocci deveria ajudar a explorar uma nova marca e uma nova linha de veículos com preços competitivos em relação às montadoras chinesas que estavam chegando ao Brasil. O ex-ministro foi então recrutado para negociar uma parceria com a Great Wall, maior fabricante de utilitários esportivos da China, e a BYD, fabricante chinesa de carros elétricos. Novamente: era isso que o contrato previa. Nele, consta a definição do que seria o serviço. Há expressões como “no intuito de analisar e assessorar a concretização de investimentos em projetos na área de produção” e procurar “definição de investimento em nova planta”.



Conforme o próprio grupo Caoa admitiu, as consultorias de Palocci não vingaram – nenhum acordo relevante foi fechado. Mesmo assim, o ex-ministro levou uma bolada. De julho a dezembro de 2010, ele recebeu da Caoa R$ 4,5 milhões. Durante o período em que o ex-ministro era seu consultor, o grupo Caoa pleiteava no Congresso a aprovação da Medida Provisória 512, que estendeu até 2020 as isenções fiscais para montadoras do Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país – a Caoa tem uma fábrica da Hyundai em Goiás. Sem a medida, o benefício se encerraria em janeiro de 2011. A MP foi transformada em lei em abril de 2011, quando Palocci era chefe da Casa Civil. O grupo Caoa afirmou: “Não temos e nunca tivemos nada com a consultoria do Palocci. O grupo não se manifesta sobre assuntos relativos a contratos privados e acrescenta que não possui parceria e nem contrato com nenhuma das duas empresas citadas”.



Procurado, Palocci não quis falar. Pronunciou-se por meio de nota. “A empresa de consultoria Projeto não pode divulgar cláusulas e condições dos contratos que celebra com seus clientes, os quais se revestem de cláusula de confidencialidade, inclusive por conterem segredos comerciais das contratantes. Todas essas informações, todavia, estão – e sempre estiveram – à inteira disposição dos órgãos estatais de fiscalização e controle. Sobre os questionamentos formulados, esclarecemos que rigorosamente tudo o quanto se indagou já foi respondido ao Ministério Publico Federal, há tempos, inclusive com envio de todas as informações contratuais, contábeis, financeiras e tributárias – e a respectiva documentação –, as quais foram encaminhadas à Procuradoria da República no Distrito Federal, onde tramita, desde o ano de 2011, procedimento a respeito dos fatos e que se reveste de caráter sigiloso, que nada tem a ver com a Operação Lava Jato.”




Já circulam rumores de que, nos próximos dias, o juiz Moro mandará prender não apenas Palocci, como também o ex-ministro José Dirceu, que já se colocou à disposição do juiz para prestar esclarecimentos sobre sua consultoria.





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