Globo se posiciona CONTRA delação de Cabral

Portal Plantão Brasil
18/12/2019 09:39

Globo se posiciona CONTRA delação de Cabral

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557 visitas - Fonte: G1

Leia editorial dO GLOBO de hoje:



Críticos da Lava-Jato e das delações premiadas costumam apontar alegados desmandos de procuradores e juízes em busca de confissões. Excesso de prisões preventivas, buscas e apreensões espetaculosas, conduções coercivas desnecessárias.







Há reclamações fundamentadas, reconheça-se. Deve-se, no entanto, também registrar tentativas de investigados e denunciados de manipular procuradores, juízes e policiais em benefício próprio. Há casos conhecidos, como o dos irmãos Joesley e Wesley Batista (JBS), Antonio Palocci e agora Sérgio Cabral, ex-governador do Rio, já com mais de dois séculos de sentenças.







Cabral não convenceu os procuradores de sua boa-fé em colaborar nas investigações para, em troca, receber atenuação de penas, segundo a lei 12.850, chamada de Lei das Organizações Criminosas, e que estabeleceu de forma mais efetiva a “colaboração premiada”, existente em outras normas legais anteriores.



Acontece com Cabral o que ocorreu em certa medida com o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha. Sua proposta de delação também foi rejeitada. Não acrescentava nada ao que já se sabia. Portanto, não fazia sentido atenuar sua pena. Continua preso.



O ex-governador, na avaliação também de procuradores do braço fluminense da Lava-Jato, não se dispunha a ajudar de fato a desvendar o enorme esquema de corrupção que instalou a partir do Palácio Guanabara. E assim como Palocci, outro candidato a delator rejeitado pelo MP, acertou uma colaboração premiada com a Polícia Federal.



Tem todas as características de tentativa de manipulação. Cabral foi preso em 2016 e se manteve em silêncio. No início deste ano, decidiu fazer relatos ao juiz Marcelo Bretas, ao qual disse que os US$ 100 milhões apanhados com os doleiros delatores Marcelo e Renato Chebar eram dele.



Agora assina acordo de delação com a PF e diz que devolverá R$ 380 milhões que recebeu em propinas, quase outros US$ 100 milhões ao câmbio de hoje. A desconfiança que Cabral construiu em torno do que fala leva a que se suponha que outros tantos milhões de dólares devem esperá-lo fora das grades, quando ele ganhar o prêmio em troca de uma delação pouco confiável. O certo é que estava mais do que justificada sua prisão preventiva.







A delação ainda terá de ser homologada pelo ministro Edson Fachin, do Supremo, relator da Lava-Jato na Corte. Há, portanto, uma chance de se entender o real propósito desta delação. É crucial que o instrumento da delação premiada, eficaz na desmontagem de quadrilhas organizadas que atuam em vários tipos de crime, não seja degradado. Não pode servir de trunfo para que criminosos, em troca de testemunhos frágeis, que necessitam de sólida comprovação, ganhem a liberdade para usufruir o produto de seus assaltos ao Erário.



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