Carros de som: o seu protesto nas ruas, em tempos de pandemia

Portal Plantão Brasil
24/5/2021 14:38

Carros de som: o seu protesto nas ruas, em tempos de pandemia

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Movimentos sociais, como o próprio nome diz, mobilizam a sociedade, ou setores dela para reivindicar direitos ou apoiar causas.



Acontecem no mundo todo, em protesto a ações ou omissões governamentais, alguns com grande repercussão mundial e outros com repercussão apenas local.



No decorrer da história do Brasil, tivemos vários movimentos sociais. Para citar apenas três, que são os mais recentes e lembrados por essa geração, tivemos os movimentos conjeturais como:







1- Diretas Já



O objetivo desse movimento foi a retomada de eleições diretas para o cargo de presidente da República no Brasil. Teve início em maio de 1983, com a proposta do deputado mato-grossense Dante de Oliveira de uma emenda constitucional que previa que o voto direto ocorreria nas eleições de 1985.



O deputado federal Ulysses Guimarães, deu início à maior articulação política para que a emenda fosse aprovada, promovendo palestras e comícios que se espalharam pelo país, trazendo milhões de pessoas ao movimento.







De norte a sul, houve o engajamento de partidos políticos, artistas, juristas, empresários, políticos, intelectuais e do povo em geral, que foi para as ruas em passeatas. Só no Vale do Anhangabaú, na cidade de São Paulo, reuniram-se quase dois milhões de pessoas, numa das manifestaçãoes mais expressivas do movimento.



A emenda Dante de Oliveira não foi aprovada e, em 1985, Tancredo Neves foi eleito presidente do Brasil, em eleições indiretas. Entretanto, não chegou a assumir. Veio a morrer de causa até hoje discutida, porém declarada, na época, como diverticulite. Sua morte deixou o país mergulhado em forte comoção.



Como a Constituição previa que, se o eleito não assumisse, seriam convocadas novas eleições (diretas), houve uma mudança para que José Sarney, o vice de Tancredo pudesse assumir imediatamente.



Assim, somente em 1989 houve eleições diretas, com participação do voto popular. Foi eleito Fernando Collor de Mello, que governou até 1992, quando sofreu impeachment.







2 - Movimento dos Caras Pintadas



Fernanco Collor de Mello, eleito democraticamente, teve um governo conturbado em meio a grande crise econômica e, finalmente por denúncia de crimes de corrupção, sofreu impeachment em 1992.



A corrupção veio à tona através de seu irmão, Pedro Collor, no dia 24 de maio de 1992, em entrevista à Revista Veja. Denunciou um esquema de corrupção do irmão, que envolvia crime eleitoral, sonegação de impostos e lavagem de dinheiro, conta bancária fantasma e desvios de verbas públicas.



Uma CPI, instaurada a pedido do PT, veio a provar, três meses depois, que as denúncias eram verdadeiras.



Collor se declarou inocente e convocou a população a irem às ruas, vestidas com as cores verde e amarelo. Mas não foi isso que aconteceu. Estudantes foram sim às ruas mas vestidos de preto e com as caras pintadas com as cores nacionais, gritando: “Fora, Collor! Fora, Collor!” e cantando “ai, ai, ai, ai, se empurrar o Collor caí”



Foi esse o clima que perdurou até que o ex-presidente foi afastado num processo de impeachment e sucedido por seu vice, Itamar Franco.









3 - Jornadas de Junho de 2013



No segundo turno das eleições, em 31 de outubro de 2010, aos 63 anos, Dilma Rousseff foi eleita presidenta da República, com quase 56 milhões de votos. Venceu o ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB).



Foi primeira mulher a presidir o Brasil.



A reeleição, conquistada também em segundo turno, veio em 2014. No dia 25 de outubro de 2014. Dilma foi reeleita com 54.501.118 votos (51,64%) Derrotou Aécio Neves, ex-governador de Minas Gerais, que teve 51.041.155 votos (48,36%).



Seu governo foi marcado por perseguição e difamação abertas à sua pessoa e ao seu governo, comandadas pelo candidato derrotado, Aécio Neves, que jamais aceitou a derrota e intensificadas pelos meios de comunicação tradicionais.







As mídias sociais e a internet foram os meios de divulgação de uma campanha persecutória incansável contra Dilma, que veio a culminar em protestos de rua, convocados e divulgados amplamente.



Junho de 2013 foi o mês de maior intensidade de protestos de rua contra o governo da primeira presidenta do país. Os cartazes e os pedidos gritados pela população eram “vem pra rua”, “o gigante acordou”, “não é só 20 centavos”, “redução já”, “passe livre” dependendo da reivindicação do momento, gerada e alimentada pela mídia golpista.



Dos 30 pedidos de impeachment apresentados contra Dilma Roussef, um foi acatado pelo então presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Os redatores do pedido foram os juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Jr. e a advogada Janaína Pascoal.



Em 25 de agosto de 2016, a presidenta foi afastada e seu vice Michel Temer a sucedeu, até a eleição de Jair Bolsonaro em 2018.







Governo Bolsonaro e a pandemia do Coronavírus, dois flagelos que se abateram sobre nós



Eleito graças à máquina gigantesca e milionária de criação de fake news, o governo Bolsonaro tem sido o mais catastrófico da história brasileira.



Em plena pandemia do coronavírus, avassalado pelo caos econômico que gerou a maior taxa de desemprego dos últimos anos e arrastou o país, da 6a, maior economia mundial, para o 12o lugar em menos de dois anos, o brasileiro se vê de volta mergulhado em desesperança. A fome voltou a assombrar 40 milhões de famílias.



O Brasil se transformou em pária mundial, vergonhosamente tido como perigo para a humanidade, em decorrência da perversa política negacionista desse governo, que se negou a comprar vacinas por meses, dirigindo o país na contra-mão da ciência, para um precipício assustador.



Movimentos de esquerda, conscientes da necessidade do isolamento social como uma das medidas mais eficazes contra a disseminação do vírus mortal, acabaram restritos à mídia alternativa e à militância virtual pelas redes sociais.







Quase chegando aos 500 mil mortos e sem solução à vista, exceto pelas urnas em 2022, que prometem trazer de volta o ex-presidente Lula já em primeiro turno, conforme as últimas pesquisas dessa semana, o mundo se pergunta como podemos tolerar esse pesadelo sem irmos às ruas.



Mal calculam aqueles que moram do outro lado do Atlântico o horror que é saber que, indo às ruas, estaremos expostos ao vírus mortal, disseminado propositadamente pelos poucos, porém letais seguidores do pior governante que o país já teve.



As ruas, praias e bares podem estar repletos de pessoas sim, mas das que negam a pandemia, seguindo o exemplo sádico do presidente.







Qual a diferença desses três movimentos históricos discutidos nesse artigo para a atual ausência de pessoas protestando nas ruas, uma vez que estamos enfrentado o pior período da nossa história, com o pior governo já eleito no país?



Qual a alternativa para se fazer ouvir em tempos quando sair de casa pode representar viver ou morrer? Qual a saída que restou àqueles que respeitam a ciência, se solidarizam com as famílias enlutadas e querem viver e deixar viver?



Em resposta, surgiu, com a iniciativa de Thiago dos Reis, a solução possível, eficiente e bem sucedida para o momento que vivemos:



4 - Carros de Som do Plantão Brasil



O maior movimento de rua do Brasil, o Plantão Brasil, já percorreu 14 Estados brasileiros, em quase 100 cidades, de outubro de 2020 até agora, contando apenas com as iniciativas e recursos de apoiadores do Canal Plantão Brasil.



Carros e motos de som.



Meio de divulgação muito conhecido e utilizado principalmente no interior do país, o carro de som chegar a ser, em muitas localidades, a única alternativa de informação.



Divulgam e denunciam os crimes do governo. Em linguagem simples, acessível e direta, textos falados e jingles, têm levado a voz de todos aqueles que não podem sair para se aglomerar. As mensagens levam informações comprovadas àqueles que, de alguma forma, não têm acesso ou tempo de acompanhar os acontecimentos políticos.







O sucesso das ações do Canal Plantão Brasil é estrondoso, repercute no país inteiro, com mais e mais pedidos de cidades que desejam a difusão das denúncias.



Essa é a forma válida, eficiente e possível de participação num movimento social que vem crescendo, alimentado pelo desespero e indignação da nossa sociedade.



Por ora, não sabemos como será conhecido na história esse movimento, porém um forte nome será, certamente “Movimento fora Bolsonaro!”



*Por Aurea Julio

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Veja aqui a lista das cidades já visitadas pelos Carros de Som do Plantão Brasil (em atualização diária):









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