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O presidente Lula decidiu não vetar nem sancionar diretamente o projeto que eleva de 513 para 531 o número de deputados federais. A decisão foi estratégica: evita o desgaste com o Congresso, onde o governo precisa aprovar pautas importantes, e ao mesmo tempo não associa diretamente o presidente a uma medida reprovada por 76% da população, segundo pesquisa Datafolha.
O projeto agora será promulgado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre, após o prazo legal de sanção expirar nesta quarta-feira (16). A decisão de Lula foi construída após diálogo com assessores e com a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, e reflete a complexa relação entre o Executivo e um Legislativo onde ainda restam resquícios do fisiologismo bolsonarista.
A ampliação das cadeiras na Câmara gera um custo adicional estimado em R$ 64,6 milhões por ano. Embora a emenda do senador Alessandro Vieira preveja que os gastos dos mandatos não aumentem na próxima legislatura, há receio de um efeito cascata nas assembleias estaduais, que também devem ganhar mais parlamentares.
Outro ponto de atenção é o impacto no volume de emendas parlamentares, que já consomem quase R$ 54 bilhões do orçamento federal. Mais deputados significam também mais negociações e, potencialmente, mais demandas por recursos em um país que ainda luta para reconstruir-se após os desmontes bolsonaristas.
Apesar da impopularidade da medida, Lula preferiu não afrontar diretamente o Congresso, entendendo que um veto poderia travar outras agendas importantes, como a reforma tributária solidária ou os investimentos em áreas sociais. O ministro Rui Costa já havia sinalizado que era “pouco provável” que o presidente sancionasse o projeto.
Com essa escolha, Lula demonstra habilidade política: manteve-se distante de uma proposta polêmica e evitou atritos com um Congresso ainda marcado pela influência da velha política, que tenta manter seus privilégios mesmo em tempos de reconstrução democrática.
Com informações do DCM
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