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O governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, abriu mais uma frente de ataque contra o Brasil, desta vez mirando diretamente o agronegócio nacional. Em relatório divulgado pelo Escritório do Representante Comercial (USTR), o Brasil é acusado de favorecer o desmatamento ilegal para beneficiar produtores rurais, especialmente os que exportam soja, milho e carne. A medida escancara o caráter protecionista e eleitoral da ação, já que os fazendeiros norte-americanos são base política de Trump.
De forma irônica — e reveladora —, o ataque parte justamente do país aliado de Jair Bolsonaro, que durante seu governo desmontou a fiscalização ambiental e incentivou a ocupação ilegal da Amazônia por grileiros, madeireiros e grandes produtores. Agora, esses mesmos aliados de Bolsonaro, especialmente no Pará e na região amazônica, serão investigados por corrupção, desmatamento ilegal e até uso de trabalho escravo.
O relatório acusa o Brasil de fornecer vantagens injustas aos seus exportadores, inclusive por meio da exploração de terras desmatadas ilegalmente e da venda de madeira extraída de forma clandestina. O texto aponta que cerca de 91% do desmatamento em 2024 pode ser ilegal, e que há provas de que parte da madeira enviada aos EUA está ligada a esquemas de lavagem com documentação fraudulenta e suborno de autoridades brasileiras.
A retaliação comercial inclui denúncias contra a política ambiental do Brasil e alega que o país concorre deslealmente com os EUA ao ocupar os espaços deixados pelas exportações americanas, sobretudo em momentos de tensão com a China. Os norte-americanos também reclamam do aumento no déficit agrícola bilateral, que subiu de US$ 3 bilhões em 2020 para US$ 7 bilhões em 2024, como se o sucesso do Brasil no mercado internacional fosse crime.
Mais uma vez, a extrema-direita internacional se une para atacar o Brasil. A investigação foi articulada com apoio direto da família Bolsonaro, que mesmo fora do poder continua atuando contra os interesses do país. Eduardo Bolsonaro, por exemplo, participa de encontros com políticos republicanos e se posiciona contra medidas de soberania adotadas pelo governo Lula.
A iniciativa norte-americana expõe o duplo jogo bolsonarista: enquanto discursam em defesa do agro, trabalham nos bastidores para sabotar o Brasil em nome de uma aliança servil com o trumpismo. Agora, o próprio setor rural que sustentou Bolsonaro começa a sentir as consequências do alinhamento cego com interesses estrangeiros.
Com informações da Fórum
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