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A base bolsonarista no Congresso, liderada por figuras como Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União-AP), entrou em rota de colisão com o governo Lula após o presidente vetar o projeto que aumentaria o número de deputados federais de 513 para 531. A proposta, que nasceu de uma decisão do STF sobre a redistribuição de cadeiras, havia sido articulada por Alcolumbre a pedido de Motta e aprovada com o voto decisivo do próprio senador.
Inconformados com a decisão de Lula, deputados do Centrão passaram a ameaçar represálias ao governo. Entre elas, está o bloqueio de pautas importantes da agenda econômica, como o fim da isenção de Imposto de Renda para investimentos em LCAs e LCIs — uma medida defendida pelo ministro Fernando Haddad para garantir justiça tributária.
Horas após o veto, numa clara tentativa de retaliação, a Câmara aprovou às pressas um projeto que desvia R$ 30 bilhões do Fundo Social do Pré-Sal para refinanciar dívidas de grandes produtores rurais, muitos deles aliados do bolsonarismo. A votação-relâmpago escancarou o desgaste entre Executivo e Legislativo, especialmente entre aqueles que usam o Congresso como balcão de negócios.
Nos bastidores, os ministros Gleisi Hoffmann e José Guimarães tentaram convencer Lula a evitar o veto e permitir que a sanção fosse feita por Alcolumbre. A ideia era poupar o presidente do desgaste político e preservar o canal de diálogo com o Congresso. Lula, porém, manteve sua coerência e não cedeu às pressões fisiológicas.
A atitude do presidente também contrariou interesses no Senado, já que Alcolumbre esperava sancionar a proposta. O senador se movimentou intensamente para garantir a aprovação do texto e viu seus esforços frustrados com o veto. Sem seu voto, inclusive, o projeto teria sido rejeitado na votação apertada que contou com apenas os 41 votos mínimos exigidos.
O aumento do número de parlamentares foi uma manobra para evitar perdas nas bancadas estaduais, conforme exigência do STF. Com o veto de Lula, a tarefa de redistribuir as cadeiras deve agora ficar sob responsabilidade do próprio Supremo, que, ao contrário do Congresso dominado por chantagistas e oportunistas, deverá respeitar critérios técnicos e constitucionais.
Com informações do Brasil 247
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