6183 visitas - Fonte: Plantão Brasil
Um morto “assinando” contrato para projeto esportivo financiado com dinheiro público? Isso mesmo! O escândalo envolve o deputado bolsonarista Carlos Jordy (PL-RJ) e reforça as suspeitas de desvio de verba pública por meio de ONGs.
A denúncia foi feita pelo UOL: a assinatura de Edson Diniz Ângelo, que morreu em 30 de novembro de 2023, aparece em documento datado de 23 de fevereiro de 2024, usado no projeto Mais Rio em Movimento, que recebeu R$ 4,8 milhões de emenda parlamentar de Jordy.
Acima, o registro de óbito de Edson Diniz Ângelo, morto em 30 de novembro de 2023; abaixo, a proposta com a assinatura dele, datada de 23 de fevereiro de 2024. Foto: Reprodução
Entenda o caso:
O documento foi enviado pela empresa Transtar, da qual o morto era dono.
A proposta era parte de uma simulação de concorrência para alugar veículos com combustível
A assinatura “fantasma” indica uso de cartas marcadas para favorecer empresas amigas.
Desde 2021, a Transtar participou de 40 cotações, mas nunca venceu — servindo apenas para "simular disputa". A investigação aponta indícios de desvio de dinheiro público com empresas ligadas às próprias ONGs beneficiadas pelas emendas de Jordy. O projeto que recebeu a verba ofereceu aulas de esportes em 21 núcleos — 13 deles em Niterói, base eleitoral de Jordy.
Outras irregularidades no escândalo:
A empresa Telecoop, que venceu a cotação, recebeu R$ 124.800, mas:
.O projeto citado nos documentos é outro, sem ligação com o “Mais Rio em Movimento”.
.As notas fiscais não detalham quantos carros foram usados, nem para onde foram.
.Os serviços supostamente prestados não têm comprovação objetiva.
Proposta apresentada pela empresa Transcoop no projeto Mais Rio em Movimento. Foto: Reprodução/UOL
Jordy, por meio de sua assessoria, diz que não tem responsabilidade sobre os fornecedores e quer a apuração dos fatos. Mas é ele quem indicou os projetos e fez a articulação política para a verba chegar até essas entidades.
E tem mais: mesmo após denúncias, Jordy redirecionou R$ 9 milhões para outras ONGs sem histórico federal, levantando ainda mais suspeitas de esquema.
A Unirio, parceira do projeto, disse que a assinatura de um morto “causa estranheza” e que cabe à Justiça investigar. O Instituto Realizando o Futuro, responsável pelo projeto, afirma que não tem culpa porque a empresa da proposta nem chegou a ser contratada.
Para fechar com chave de ouro: a empresa do morto também recebeu R$ 436 mil da ONG Con-tato em outro projeto com verba do governo do RJ, mesmo após seu falecimento.
Mais uma página vergonhosa na farra das emendas bolsonaristas com ONGs de fachada e empresas fantasmas.
Com informações do DCM
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