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O governo Lula intensificou os esforços diplomáticos e políticos para reverter a tarifa abusiva de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto. Na quinta-feira (24), o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, destacou, em coletiva de imprensa, que manteve uma videoconferência com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, em mais uma tentativa de abrir diálogo e construir uma saída negociada para a crise.
Alckmin explicou que a conversa seguiu a orientação direta do presidente Lula de evitar qualquer politização do conflito comercial e priorizar o entendimento. “O Brasil nunca saiu da mesa de negociação. Não criamos esse problema, mas estamos empenhados em resolver. Em vez de um perde-perde, com inflação nos EUA e queda nas nossas exportações, podemos avançar numa agenda positiva de integração produtiva e investimentos recíprocos”, afirmou.
Desde o anúncio da tarifa, o Palácio do Planalto tem articulado uma frente ampla com o setor produtivo nacional. Em menos de dez dias, o Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas Econômicas e Comerciais já promoveu mais de 20 reuniões com representantes da indústria e do comércio. Alckmin ressaltou que o setor empresarial está alinhado com o governo e classifica a medida de Trump como injustificada e prejudicial para ambos os países.
Um dos exemplos citados é o setor farmacêutico: em 2023, o Brasil exportou apenas US$ 145 milhões para os EUA, mas importou mais de US$ 1,7 bilhão do mesmo setor. “Essa balança mostra o enorme superávit americano sobre o Brasil, o que torna a tarifa ainda mais injusta”, destacou o vice-presidente, reforçando o desequilíbrio comercial existente e a necessidade de sensatez nas relações bilaterais.
Na coletiva, Alckmin também anunciou que Lula deve sancionar nos próximos dias o programa Acredita Exportação, uma medida que busca fortalecer micro e pequenas empresas brasileiras com foco na devolução de tributos pagos ao longo da cadeia produtiva — inclusive para negócios enquadrados no Simples Nacional. A iniciativa pretende ampliar a presença internacional dessas empresas e reduzir os impactos da medida protecionista norte-americana.