Poucos países devem retomar crescimento econômico em 2015

Portal Plantão Brasil
4/1/2015 09:41

Poucos países devem retomar crescimento econômico em 2015

0 0 0 0

2104 visitas - Fonte: Jornal GGN

O ano de 2014 não foi dos mais fáceis na economia internacional, mediante um cenário de forte instabilidade, queda de preços de itens importantes na balança comercial de vários países e o enfraquecido processo de recuperação de outras economias. E tal quadro deve afetar de forma considerável o andamento do quadro econômico em 2015.



“Muita gente achava que 2014 seria um divisor de águas para a economia mundial”, diz Marcos Troyjo, professor do IBMEC no Rio de Janeiro. O economista explica que, desde que entramos em uma fase de baixo crescimento do PIB global a partir da crise do Lehmann Brothers em 2008, imaginava-se que 2014 seria um fim de ciclo com crescimento mais robusto não só pelos emergentes, como com a China liderando o processo. Contudo, o quadro sofreu algumas mudanças mediante a “retomada vigorosa nos Estados Unidos e algum vigor no Japão como reflexo de medidas expansionistas adotadas pelo governo Abe desde 2013, e a zona do euro saindo do marasmo que se lançou não só pela crise 2008 mas também pela crise das dívidas soberanas em 2011”.



No Japão, o primeiro-ministro Shinzo Abe conta com grande apoio popular, e a tendência é que ele tente superar a deflação via ajustes graduais, reduzindo os gastos e aumentando o grau de poupança. “O aumento de impostos seria uma última medida devido ao impacto no consumo. O Banco Central vai continuar comprando ativos, e vai tentar fazer com que a inflação alcance os 2% e não caracterize deflação. As medidas japonesas devem ter caráter expansionista”, diz Troyjo. Quanto à China, o presidente do Instituto Fractal, Celso Grisi, diz que o país busca um “crescimento mais equilibrado”, no sentido de reduzir a dependência de exportações de investimentos, e aumentar o foco para a demanda interna. “Claro que não podemos imaginar que a China tenha um crescimento inferior a 7%, porque a mão de obra exige emprego, mas o país vai conter o avanço rápido de crédito porque poderia desequilibrar o sistema financeiro, e tentar buscar o equilíbrio via consumo das famílias dentro de limites que evitem a criação de bolhas”.



Para Grisi, os Estados Unidos devem ter um ano favorável, mas com algumas ressalvas. “O ano de 2015 vai ter uma situação de consolidação de retomada e aceleração do crescimento, ficando em torno de 2,7% - a estimativa para 2014 está em torno de 2,1%, 2,2%”. Por outro lado, Marcos Troyjo não acredita em uma mudança brusca no ritmo de crescimento, e as autoridades devem optar pelo gradualismo, refletindo-se também nos juros do país. “Deve haver algum gradualismo pois, se pensarmos apenas no fortalecimento relativo da economia frente à Europa ou Japão, se leva a alta do dólar e queda da competitividade das exportações. Se você cria uma bomba de sucção de liquidez puxando juros para cima, tem uma apreciação ainda maior do dólar e isso não vai acontecer”, diz, ressaltando que a economia norte-americana está se estabilizando em um cenário de desemprego ainda em alta.



Quanto à zona do euro, os prognósticos não são dos mais animadores. “A Europa está muito preocupada com a deflação devido ao desemprego em patamar muito elevado e a inflação bem abaixo da meta, e deve ter um ano muito parecido com 2014, e o crescimento não vai ser grande”, diz Grisi.



Ao avaliar os países economicamente mais relevantes da região (Alemanha, França e Itália), Troyjo explica que algumas diferenças que devem impactar o bloco como um todo podem ser percebidas. “A Itália está na tentativa de um processo de reinvenção que, se der certo, pode levar o país para cima, mas será doloroso; na França, todo o discurso socialista ruiu. (François) Hollande tentou adotar medidas com pouco efeito macro, mas muita pirotecnia popular, que não só não aumentaram a receita como levou bilionários a saírem do país, ao mesmo tempo em que se tem uma alta taxa de desemprego e uma rede de bem estar social incompatível com a perspectiva de crescimento de longo prazo; e a Alemanha sofreu um pouco com as suas responsabilidades europeias – o país foi o grande vocalizador da austeridade como forma de recuperar economias mediterrâneas”.



O prognóstico para a América Latina também não é animador pois, segundo Grisi, “estamos no ciclo de fim desse cenário sendo vítimas do que os emergentes sofrem hoje, com fuga de capital e aversão ao risco. E a queda do preço do petróleo deixa a Venezuela em situação próxima do default. O México deve sofrer menos devido à sua relação com os Estados Unidos, mesmo com a situação política ruim e um certo desmando presidencial mediante a temas econômicos e o narcotráfico, o que deve trazer consequências negativas”.



APOIE O PLANTÃO BRASIL - Clique aqui!

Se você quer ajudar na luta contra Bolsonaro e a direita fascista, inscreva-se no canal do Plantão Brasil no YouTube.



O Plantão Brasil é um site independente. Se você quer ajudar na luta contra o golpismo e por um Brasil melhor, compartilhe com seus amigos e em grupos de Facebook e WhatsApp. Quanto mais gente tiver acesso às informações, menos poder terá a manipulação da mídia golpista.


Últimas notícias

Notícias do Flamengo Notícias do Corinthians