BRASIL 2015: O MODELO PROMINP DE ARTICULAÇÃO PRODUTIVA

Portal Plantão Brasil
12/2/2015 09:26

BRASIL 2015: O MODELO PROMINP DE ARTICULAÇÃO PRODUTIVA

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819 visitas - Fonte: Jornal Gnn

Conforme tenho enfatizado nessa série, o modelo mais bem sucedido de política industrial é o que se inicia a partir de uma demanda firme do setor público. E, depois, estende-se pela malha industrial, valendo-se de todos os instrumentos de apoio para consolidar a cadeia de fornecedores.



O mais eficiente modelo de apoio até agora desenvolvido é o Prominp (Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural), montado para apoiar a cadeia produtiva do setor.



Vale a pena entendê-la e estender para outros setores.



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A governança do modelo começa pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e um comitê diretivo. Depois, um Comitê Executivo, que se reúne quatro vezes por ano. Debaixo deles, comitês setoriais trabalhando em quatro vertentes:



Qualificação profissional.



Regulação e financiamento.



Fomento à PME (Pequena e Micro Empresas)



Capacitação tecnológica.



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O programa definiu claramente seus objetivos:



1. Aumentar capacidade produtiva dos setores de alta competividade.



2. Desenvolver setores de media competitividade.



3. Incentivar novos entrantes nacionais.



4. Incentivar associação com empresas estrangeiras



5. Incentivar a instalação de estrangeiras no Brasil



6. Incentivar a associação Universidade-indústria e o desenvolvimento da engenharia nacional.



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A partir dessa definição e do envolvimento de todos os atores, colocou em campo os programas específicos.



Na educação profissional, aliou-se ao Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego) para qualificar 97 mil técnicos. Houve dificuldade com o excesso de categorias profissionais, 185. O ideal seria ter 35 categorias e profissionais e trabalhadores multifunção.



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Para acelerar a absorção de tecnologia, promoveu várias rodadas no exterior, buscando companhias estrangeiras com tecnologia e interesse em se associar a grupos nacionais.



Foram visitados doze países e selecionadas 184 empresas. 112 já começaram as negociações com governos estaduais para se estabelecer no país. 72 visitaram ao país, mantiveram contatos mas desistiram devido ao chamado “custo Brasil”.



Os pontos que assustaram os estrangeiros foram os seguintes:



País muito caro, seja na compra de insumos até a logística para receber material e escoar a produção.



Só um modal de transportes, o rodoviário. A ferrovia ainda não existe e o frete de avião é caríssimo.



O custo do engenheiro e do técnico brasileiro, devido aos encargos da folha.



A baixa integração da cadeia de suprimentos, impedindo de enxergar potenciais fornecedores estratégicos.



Contrataram um escritório brasileiro de direito tributário e, mesmo assim, não conseguiram entender nada do emaranhado fiscal brasileiro.



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Segundo estudos da ABIMAQ (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas) o custo Brasil estaria por volta de 37% - comparando uma mesma indústria aqui e no país de origem (a comparação foi com os Estados Unidos e a Alemanha) – assim distribuídos:



a. Insumos: 20,5%;



b. Juros sobre capital de giro: 6,5%;



c. Impostos não recuperáveis: 4,7%;



d. Logística: 3,2%;



e. Encargos sociais e trabalhistas: 1%;



f. Burocracia e custos de regulação: 0,5%;



g. Custos de investimento: 0,4%;



h. Custos de energia: 0,2%.



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