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Apesar da pressão dos parlamentares, a presidente Dilma Rousseff vai enviar ao Senado o pedido de recondução de Rodrigo Janot para a PGR. Ele é favorito na eleição do Ministério Público, que elege nesta quarta-feira a lista tríplice. Além de Janot, concorrem ao cargo os subprocuradores Carlos Frederico Santos, Mario Bonsaglia e Raquel Dodge.
Segundo o colunista Ilimar Franco, Dilma não quer passar à opinião pública a imagem de que é contra ou está criando dificuldades à faxina conduzida pelo juiz Sérgio Moro, pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal.
A hostilidade a Janot cresceu com a Operação Politeia, que realizou buscas e apreensões em imóveis de três senadores. Também partiu dele pedido de abertura de inquéritos contra 13 senadores, por suposto envolvimento no esquema de corrupção.
Ainda este mês, o Ministério Público Federal deve denunciar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por corrupção e lavagem de dinheiro por suposto desvio de um contrato entre a Samsung Heavy Industries e a Petrobras. Ele também deverá ser acusado também de coação de testemunhas.
Cunha foi acusado pelo empresário Júlio Camargo de pedir US$ 5 milhões em propina em troca do apoio a um contrato de aluguel de navios-sonda da Samsung pela Petrobras.
As declarações confirmam acusações feitas pelo doleiro Alberto Youssef em pelo menos dois depoimentos aos procuradores da Lava-Jato. O peemedebista nega.
Eleição interna
A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) recebeu quatro candidaturas que vão disputar a vaga de Rodrigo Janot. Caberá à presidenta Dilma Rousseff escolher um dos três mais votados para ocupar o cargo. Dilma não é obrigada a escolher o mais votado.
O mandato de Janot acaba dia 17 de setembro, mas ele pode ser reconduzido pela presidenta Dilma Rousseff por mais dois anos. Mesmo com essa possibilidade, a eleição interna entre 1,2 mil membros da Procuradoria-Geral da República tem de ser feita para a formação da lista. A apresentação da relação não é obrigatória, mas é feita pela associação de procuradores desde 2001. A entidade considera essa maneira a mais democrática de indicar seu representante.
Nos debates dos quais participou, Janot garantiu que vai continuar trabalhando para manter a independência do Ministério Público e intensificará o combate à corrupção. Ele chefia as investigações da Operação Lava Jato e foi criticado por integrantes do Senado após a deflagração da Operação Politeia, fase da Lava Jato deflagrada no mês passado, que fez buscas e apreensões nas casas dos senadores Fernando Collor (PTB-AL), Ciro Nogueira (PP-PI) e Fernando Bezerra (PSB-PE). Os parlamentares devem participar da votação da eventual recondução de Janot.
Durante o debate entre os candidatos, no dia 27 de julho, o procurador Carlos Frederico disse que sua plataforma se baseia em igualdade, inclusão e liberdade de expressão. Candidata ao cargo pela segunda vez, Raquel Dodge ressaltou a importância de bons salários na carreira. Segundo ela, a dignidade remuneratória é fundamental para que instituições com as características do MPU não se tornem instituições de passagem. Mario Bonsaglia ressaltou o respeito à autonomia institucional dos diversos ramos do Ministério Público e destacou a importância da valorização dos membros do MPU. Ele disse que, além de se preocupar com questões institucionais, estará atento às questões corporativas.
A presidenta Dilma não é obrigada a nomear o candidato mais votado, porém o critério é observado desde o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para tomar posse, o procurador precisa ter o nome aprovado pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado e pelo plenário da Casa, em votação secreta.
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