Narcomilícias: traficantes e milicianos se unem em 180 áreas do Rio, segundo investigação

Portal Plantão Brasil
10/10/2019 10:33

Narcomilícias: traficantes e milicianos se unem em 180 áreas do Rio, segundo investigação

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865 visitas - Fonte: O Globo

Vinte anos depois de surgir na comunidade de Rio das Pedras , na Zona Oeste, sob a bandeira do combate ao tráfico de drogas , a milícia mudou de perfil para conquistar territórios. Segundo um relatório do Ministério Público estadual , parte da população está subjugada à chamada narcomilícia — termo que define uma união entre paramilitares e traficantes. Essa associação criminosa, de acordo com promotores e investigadores, já controla cerca de 180 localidades , onde a exploração ilegal de serviços e a cobrança de taxas de segurança passaram a ser acompanhadas pelas atividades de bocas de fumo.







As narcomilícias estão na mira do Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público e do Departamento Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa (DGHPP) da Polícia Civil. Promotores e investigadores identificaram ações realizadas em conjunto por paramilitares e traficantes nos 13 municípios da Baixada Fluminense. Além disso, esses grupos controlam comunidades das zonas Norte e Oeste do Rio e de São Gonçalo, Itaboraí, Maricá e Rio Bonito.







Investigações também apontam que as narcomilícias podem estar contando com a participação de políticos. Em uma operação realizada nesta quarta-feira pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense, Jeferson Ramos de Oliveira, ex-vereador e ex-subsecretário de Obras de Nova Iguaçu, foi preso sob a acusação de chefiar uma dessas quadrilhas, que atua em Austin. Ele e Marcos Antônio do Santos Amaral, o Marquinho Alemão, também capturado, são acusados de terem ordenado pelo menos 20 assassinatos. Com ambos, a polícia encontrou armas e munição.



A polícia ainda prendeu Jorge Luiz Ramos de Oliveira,irmão de Jeferson e também ex-vereador de Nova Iguaçu. Ele estava com um revólver. Advogado dos dois, Pedro Silva negou qualquer envolvimento de seus clientes com grupos criminosos e disse que as armas podem ser de qualquer pessoa que frequenta o sítio da família, que foi alvo de um mandado de busca e apreensão.







De acordo com a promotora Simone Sibilio, coordenadora do Gaeco, o surgimento das narcomilícias provocou um aumento da violência em diversas comunidades.



— Milicianos enfrentavam quadrilhas de uma facção do tráfico, mas, em determinado momento, decidiram se unir para conquistar territórios dominados por um inimigo em comum. Hoje, sabemos que há cerca de 180 regiões controladas por narcomilícias — diz Simone. — Seus integrantes são mais audaciosos. Temos, principalmente na Baixada, inquéritos sobre narcomilicianos que executaram moradores ou comerciantes que não se renderam a eles. Alguns desses crimes foram praticados à luz do dia. Há também casos de estupros praticados por esses bandos.



Somente este ano, o Ministério Público denunciou 285 pessoas por suposta participação em milícias ou narcomilícias. Já o DGHPP prendeu 111 suspeitos desde janeiro, segundo o delegado Antônio Ricardo Lima Nunes, titular do departamento da Polícia Civil.



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