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Mensagens de WhatsApp reveladas nesta segunda-feira (29) expõem a proximidade entre Jair Bolsonaro e o ex-embaixador de Israel no Brasil, Yossi Shelley, que chegou a se oferecer para bancar uma viagem do ex-presidente a Israel em abril de 2023. O convite veio poucos dias antes de Bolsonaro virar alvo de operação da Polícia Federal por fraude em certificados de vacinação. Shelley, conhecido por sua devoção ao bolsonarismo, prometeu cobrir estadia e custos para Bolsonaro e mais duas pessoas. “Vou cuidar de você 14 semanas em Israel, vou pagar o custo de sua presença, hotel e tal por 3 pessoas”, escreveu. Depois corrigiu a gafe: “14 dias kkk”.
O diálogo, que inclui trocas sobre carne impressa em 3D e afagos ao premiê israelense Benjamin Netanyahu, escancarou o clima de intimidade e interesses cruzados entre Bolsonaro e representantes do governo israelense. A proposta de abrigo oferecida por Shelley reforça suspeitas de que o ex-presidente buscava rotas de fuga internacionais para escapar da Justiça brasileira — como já fez em fevereiro de 2024, quando se escondeu por dois dias na embaixada da Hungria, país governado pelo ultradireitista Viktor Orbán.

A atuação de Shelley, que beijava a mão de Bolsonaro em público, rendeu até denúncia de assédio. Segundo o jornal israelense Haaretz, ele tentou marcar encontro com uma brasileira, ofereceu ajuda consular em troca de favores sexuais e fugiu do Brasil após a denúncia ser abafada. Um retrato simbólico da decadência ética do bolsonarismo internacionalizado.
A atual representação israelense no Brasil também dá sinais de alinhamento com a extrema-direita. O embaixador Daniel Zonshine teve embates com o governo Lula após a condenação do genocídio cometido por Israel contra civis palestinos em Gaza. Em reação, Zonshine emitiu nota agressiva contra o PT, ignorando completamente a gravidade das denúncias de crimes de guerra.
Além disso, Zonshine tem articulado com figuras como Eduardo Bolsonaro, Carla Zambelli e Nikolas Ferreira para que o Congresso brasileiro reconheça o Hamas como organização terrorista, em uma tentativa clara de transformar o parlamento brasileiro em extensão da política israelense de extrema-direita. As reuniões aconteceram em plena Câmara dos Deputados, durante moções de apoio ao massacre promovido por Israel.
Mais uma vez, as alianças internacionais de Bolsonaro mostram que ele nunca atuou em defesa dos interesses nacionais, mas sim como peão de regimes autoritários e agentes estrangeiros que compactuam com a violação de direitos humanos e a sabotagem da democracia.
Com informações do DCM
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