28/7/2025 15:33

Senadores driblam Eduardo Bolsonaro e correm contra o tempo para frear tarifa de Trump

2842 visitas - Fonte: Plantão Brasil

Uma comitiva formada por senadores brasileiros desembarcou em Washington com a difícil missão de conter os efeitos de mais uma ameaça autoritária de Donald Trump: a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, prevista para entrar em vigor em 1º de agosto. A medida, claramente retaliatória, tem como pano de fundo a pressão do trumpismo para interferir em processos judiciais contra Jair Bolsonaro, que enfrenta graves acusações por tentativa de golpe de Estado.

Liderados por Nelsinho Trad (PSD-MS), os senadores tentam abrir canais com parlamentares e empresários americanos, mas decidiram manter os detalhes da agenda em sigilo. O motivo? O receio de sabotagem por parte do bolsonarismo nos EUA. Fontes ligadas à comitiva confirmaram que o deputado Eduardo Bolsonaro e o agitador Paulo Figueiredo já atuaram anteriormente para barrar reuniões com autoridades americanas, inclusive interferindo em encontros marcados com o Departamento de Estado e o senador republicano Rick Scott.

A extrema-direita internacional trabalha nos bastidores para pressionar a Casa Branca a impor sanções comerciais ao Brasil em troca de “anistia” para Bolsonaro e seus aliados. Uma chantagem inaceitável, que ignora a independência do Judiciário brasileiro. Os processos contra o ex-presidente tramitam no STF e no TSE com base em investigações sérias conduzidas pela Polícia Federal — e não há margem para ingerência do Executivo ou de qualquer governo estrangeiro.

O próprio Trump, em sua retórica autoritária, tem alegado que o julgamento de Bolsonaro é uma “caça às bruxas”, repetindo o discurso vitimista que aplica aos seus próprios crimes nos Estados Unidos. Agora, tenta usar o comércio internacional como arma política, ignorando regras básicas da diplomacia e da legalidade internacional.

Apesar dos esforços da comitiva, os senadores admitem que será difícil evitar a entrada em vigor das tarifas no curto prazo. O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), afirmou com realismo: “O que a gente está fazendo é a diplomacia parlamentar. É preciso que os governos se entendam. A gente está aqui para contribuir”.

Enquanto tentam diálogo com empresários na poderosa Câmara de Comércio americana, os parlamentares brasileiros enfrentam resistência institucional e o peso de um bolsonarismo internacionalizado, disposto a sabotar a imagem do Brasil para proteger seus próprios criminosos.

Com informações do DCM

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