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O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, desembarcou neste domingo (27) nos Estados Unidos com uma missão delicada: tentar reverter a medida autoritária anunciada pelo governo de Donald Trump, que pretende aplicar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto. A sobretaxa ameaça diretamente setores estratégicos da economia nacional e tem motivações políticas inaceitáveis.
Segundo fontes do Itamaraty, Vieira está disposto a ir até Washington, desde que a Casa Branca indique um interlocutor com autoridade real para negociar. O chanceler, no entanto, deixou claro que o Brasil não aceitará nenhum tipo de chantagem ou condição que envolva o processo judicial contra Jair Bolsonaro, investigado por tentativa de golpe de Estado e outros crimes. “Se houver interesse genuíno da parte americana, o chanceler está pronto para conversar”, afirmou uma fonte.
A agenda oficial do ministro, por enquanto, permanece centrada em Nova York, onde participa de uma conferência na ONU sobre a questão palestina. Mas o contexto diplomático mudou radicalmente com a ameaça tarifária de Trump, que vem sendo usada como instrumento de pressão para que o Brasil recue nas investigações contra o ex-presidente — algo totalmente fora dos padrões aceitáveis de relações internacionais.
Na semana anterior, o Itamaraty já havia enviado um diplomata a Washington para testar o terreno. A mensagem foi clara: o Brasil está aberto ao diálogo, mas apenas sobre bases comerciais, sem interferência nas instituições democráticas. A resposta dos EUA, no entanto, até agora tem sido o silêncio — ou pior, a tentativa de atrelar o recuo na tarifa ao arquivamento das ações contra Bolsonaro, numa afronta direta à soberania e à independência do Judiciário brasileiro.
Enquanto isso, aliados do ex-presidente, como o deputado Eduardo Bolsonaro e o comentarista Paulo Figueiredo, atuam nos bastidores em Washington para pressionar congressistas republicanos e fomentar retaliações contra o Brasil. A articulação de bolsonaristas no exterior, alinhada à extrema-direita trumpista, tenta transformar um processo judicial legítimo em moeda de troca política — numa manobra desesperada para salvar Bolsonaro da Justiça.
Apesar do cenário tenso, o governo Lula mantém a postura diplomática, firme e pragmática. O Itamaraty aposta que ainda há espaço para uma solução racional, mas reitera que o Brasil não aceitará chantagens nem abrirá mão de suas instituições para agradar um aliado de extrema-direita que, como Bolsonaro, despreza a democracia.
Com informações do DCM
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